PARIS (Reuters) - O movimento do Banco Central Europeu sobre as taxas de juros na próxima semana deve ser "ordenado e previsível", disse o presidente do banco central francês e membro do BCE François Villeroy de Galhau nesta quarta-feira.
Com a inflação da zona do euro em níveis recordes, as autoridades temem cada vez mais que mesmo as expectativas de alta dos preços de longo prazo possam ultrapassar a meta de 2% do BCE.
Isso deixa a escolha para sua próxima reunião de política monetária, na semana que vem, em grande parte dividida entre aumentos de juro de 50 e 75 pontos-base, depois que o BCE elevou sua taxa de depósito em 50 pontos, para zero, no mês passado, na primeira alta em mais de uma década.
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"Depois de um primeiro aumento de juros em julho, tomaremos uma decisão sobre o próximo passo na próxima semana. Devemos fazê-lo com determinação, mas (também) de maneira ordenada e previsível", disse Villeroy em entrevista ao jornal regional francês Ouest France.
Villeroy disse que o aumento da inflação, inicialmente impulsionado pela disparada dos preços da energia, estava se espalhando para a economia em geral e alimentando os custos de serviços, embora não haja sinais de uma espiral preços-salários no momento.
Apesar do atual choque nos preços de energia, Villeroy disse que uma recessão na Europa é improvável para 2022, mas que nada pode ser descartado para o próximo ano.
Ele acrescentou que a economia francesa crescerá pelo menos tão rápido quanto os 2,3% que o banco central previu em junho deste ano, mas sofrerá uma forte desaceleração em 2023, embora provavelmente não chegue a uma recessão.
(Por Leigh Thomas)