FRANKFURT (Reuters) - A inflação na zona do euro pode cair mais lentamente do que o esperado antes, em parte devido aos persistentes gargalos de oferta, mas o Banco Central Europeu não deve reagir com exagero removendo o estímulo rápido demais, disseram duas autoridades do BCE nesta sexta-feira.
A inflação foi acima de 4% no mês passado, mais de duas vezes a meta de 2% do BCE, devido ao aumento dos preços de energia e aos gargalos da cadeia de oferta da indústria, que estão sendo problemas maiores do que o imaginado há apenas algumas semanas.
O chefe do banco central finlandês, Olli Rehn, e Gediminas Simkus, da Lituânia, sugeriram que essas pressões inflacionárias poderiam durar mais tempo, mas mantiveram a visão do BCE de que o aumento dos preços é temporário, rechaçando sugestões de aperto da política monetária.
"A inflação na zona do euro ainda é principalmente transitória, embora alguns de seus componentes sejam mais persistentes do que se esperava antes", disse Rehn em conferência.
Os gargalos nas cadeias de oferta são um dos fatores que estão se mostrando mais duráveis, e Rehn argumentou que o bloco de 19 países não deve sentir grande alívio até o fim de 2022, o que também afetará o aumento dos preços ao consumidor.
Simkus também reconheceu que a inflação está elevada, mas projetou uma queda, mesmo que mais lenta do que previsto pelo BCE.
"Mesmo que tenhamos um certo aumento ou mesmo taxa de inflação mais alta...ela vai voltar a menos do que a meta em 2023", disse ele.
O BCE projetou em setembro que a inflação voltará a ficar abaixo de 2% em 2022, mas uma série de especialistas tanto do setor privado quanto da Comissão Europeia já reconheceram que o aumento dos preços não voltará a ficar abaixo da meta do BCE até um ano depois.
(Reportagem de Balazs Koranyi)