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Real virou destaque positivo e vamos ver efeito nos dados nos próximos meses, diz diretor do BC

Publicado 30.05.2022, 13:19
© Reuters. Moedas de 1 real
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O real passou a ser um destaque positivo desde a virada do ano na comparação com moedas de outros países e o efeito na inflação será visto nos próximos meses, disse nesta segunda-feira o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra.

“Vai ser interessante olhar em três ou quatro meses, eu espero, a gente vai olhar para o Brasil, vai ter reversão do choque do câmbio, vai performar mais e começar a bater nos dados, essa valorização recente vai começar a bater daqui a alguns meses”, disse.

Em videoconferência organizada pela gestora Kinea, Serra também ponderou que é difícil imaginar que o PIB do Brasil vá crescer em 2023 acima do potencial, "seja lá o que ele for", porque o ciclo de política monetária traz a demanda para baixo.

O diretor disse não haver uma regra sobre qual o nível ideal para a taxa básica de juros, ressaltando que isso vai depender da conjuntura.

"A minha visão é que uma taxa de 13% é uma taxa de um período específico que precisamos manter o hiato aberto para trazer inflação para baixo numa economia indexada e com o mundo vivendo inflação alta também", disse.

Serra destacou que depois dos choques, a tendência é que a inflação global cairá, e o Brasil vai convergir para um nível de taxa de juros considerado neutro, por volta de 7% (3,5% real).

O BC agora está focado em levar à meta a inflação de 2023, disse o diretor, ressaltando que eventuais novos choques de preços de petróleo serão sentidos nas projeções até o final deste ano, com os efeitos secundários se fazendo presentes no ano que vem.

"Esse modelo já suaviza bastante para uma boa condução de política monetária", afirmou Serra.

Ele ressaltou que o Brasil tem indexação muito presente na economia, o que amplia a inércia da inflação. Em serviços, setor que também vem incorporando choques, a inércia está "gigantesca", disse.

No caso da venda de bens, Serra apontou que os preços domésticos estão sendo impactados por pressão externa. "O consumo de bens no Brasil já caiu, mas não caiu no mundo. O preço aqui respeita pressão de demanda global".

O diretor disse que tem sido difícil para todos os bancos centrais prever as movimentações de preços das commodities. Depois de o BC incluir em suas projeções um cenário com comportamento menos volátil para o petróleo, ele citou dificuldade nessa avaliação, mencionando que diesel e gasolina têm comportamentos específicos.

Na apresentação, o diretor disse que a economia brasileira está com hiato aberto, ou seja, ainda roda abaixo de seu potencial, e ressaltou que é preciso manter esse hiato aberto para a inflação cair.

MERCADO DE TRABALHO

Serra afirmou ainda que o Brasil teve um choque de salário real para baixo, o que incentivou contratações, mas, para ele, a economia vai começar a ver aumentos reais de remunerações quando a inflação começar a cair.

Para ele, a capacidade dos trabalhadores de conseguir aumento real agora parece equivalente ao observado na recessão de 2015 e 2016 e ressaltou que, em sua visão, o mercado de trabalho não está apertado.

“A prova do pudim vai ser quando a inflação começar a cair, porque a inflação subiu tão rápido que as negociações não conseguem dar conta da velocidade. ... Quando a inflação começar a cair você vai ver que vai estar tendo alguns aumentos reais”, disse.

© Reuters. Moedas de 1 real
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

No cenário externo, o diretor disse que parte da inflação global ocorre porque "talvez tenha havido exagero em algumas economias durante a pandemia", com expansão monetária além da conta. Ele justificou que os movimentos emergenciais para enfrentar a Covid-19 foram corretos, ponderando que os países adotaram iniciativas prevendo uma crise mais profunda.

Serra afirmou não saber para qual patamar o banco central americano levará a taxa de juros, mas avaliou que há compromisso dos americanos em levar a inflação nos Estados Unidos de volta para 2%.

"Tudo mais constante, o Fed vai ter que fazer um ciclo bastante longo (de aperto monetário) para o padrão histórico", disse.

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