Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos ficou abaixo do esperado em janeiro, enquanto as perdas de vagas de trabalho no mês anterior foram mais profundas do que se pensava inicialmente, fortalecendo o argumento a favor de alívio adicional por parte do governo para ajudar na retomada diante da pandemia de Covid-19.
O Departamento de Trabalho dos EUA disse nesta sexta-feira que foram criadas 49 mil vagas de trabalho no mês passado. Os dados de dezembro foram revisados para mostrar 227 mil postos de trabalho perdidos, em vez dos 140 mil relatados anteriormente.
O resultado de dezembro marcou a primeira vez em oito meses que houve fechamento de vagas e ocorreu em meio a novas restrições a estabelecimentos como restaurantes e bares para retardar o ressurgimento das infecções por coronavírus.
A taxa de desemprego ficou em 6,3% em janeiro. A taxa tem sido subestimada devido a pessoas que se classificam erroneamente como "empregadas, mas ausentes do trabalho".
Economistas consultados pela Reuters previam a criação de 50 mil empregos em janeiro.
O relatório de emprego, observado de perto, ressaltou a necessidade de ajuda adicional por parte governo, com milhões de pessoas enfrentando longos períodos de desemprego e outras tendo perdido seus trabalhos permanentemente e desistindo de procurar outra oportunidade.
O mercado está com mais de 9 milhões de vagas a menos do que em seu pico em fevereiro de 2020. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) estimou que o mercado de trabalho não retornará a seu nível pré-pandemia antes de 2024.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está pressionando o Congresso dos EUA para que aprove um plano de recuperação de 1,9 trilhão de dólares, que encontrou resistência de parlamentares republicanos, agora preocupados com o aumento da dívida nacional.
O Senado norte-americano trabalhou até tarde da noite na quinta-feira, com os colegas democratas de Biden visando driblar a oposição republicana ao plano de alívio da Covid-19.