PEQUIM (Reuters) - As reservas cambiais da China caíram inesperadamente em janeiro abaixo da marca de 3 trilhões de dólares pela primeira vez em quase seis anos, mesmo com as autoridades tentando conter a saída de capital através de controles mais severos.
As reservas caíram 12,3 bilhões de dólares em janeiro, para 2,998 trilhões, contra uma queda de 41 bilhões de dólares em dezembro.
Economistas consultados pela Reuters projetavam que as reservas cambiais caíram cerca de 10,5 bilhões, para 3 trilhões de dólares.
Embora a marca de 3 trilhões de dólares não seja considerada um nível decisivo para Pequim, existem preocupações nos mercados financeiros globais sobre a velocidade com que o país está esgotando sua munição para defender a moeda e conter a saída de capital.
Alguns analistas temem que um esgotamento pesado e sustentado das reservas possa levar Pequim a desvalorizar a moeda.
O iuan caiu 6,6 por cento contra o dólar em 2016, maior queda anual desde 1994.
Em 2016 como um todo, a China utilizou quase 320 bilhões de dólares em reservas, depois de um recorde de 513 bilhões em 2015.
O iuan deu um respiro nas últimas semanas com o recuo do dólar, ajudando também pelas recentes medidas para conter a saída de capital.
Mas analistas preveem que a pressão de baixa sobre o iuan será retomada, especialmente se os EUA continuarem a elevar a taxa de juros, o que deve provocar nova fuga de capital de economias emergentes como a China e tentar seus controles de capital.