Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda disse nesta sexta-feira que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre, que surpreendeu para cima, confere viés positivo para sua estimativa de expansão de 2,5% da economia em 2023.
Em relatório divulgado após o IBGE informar avanço de 0,9% da economia no período de abril a junho, contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de apenas 0,3% do PIB, a SPE disse que o carrego estatístico desse resultado para o ano é de 3,1%.
Para o terceiro trimestre, no entanto, a perspectiva é de redução do ritmo de crescimento na margem, com manutenção das tendências de desaceleração da atividade de serviços e de retração da indústria de transformação, seguida de leve recuperação nos últimos três meses do ano.
"A expectativa de menor ritmo de crescimento é explicada, principalmente, pelos impactos defasados da política monetária na atividade, pelas condições financeiras que ainda seguem restritivas a despeito do início do ciclo de cortes nos juros, e pelo menor ritmo de crescimento mundial", disse a Secretaria na nota.
"A desaceleração na criação de novos postos de trabalho é outro fator que tende a reduzir o ritmo de crescimento até o final do ano."
Entre os vetores positivos para o crescimento no ano citados pela SPE, estão o efeito da redução da inflação de alimentos sobre a disponibilidade da renda, a queda da inadimplência como efeito do programa Desenrola e o início da flexibilização monetária pelo Banco Central.
A taxa Selic está atualmente em 13,25%, depois que o Banco Central cortou os juros em 0,50 ponto percentual no início do mês passado, no que deve ser apenas o início de um ciclo de afrouxamento monetário.
O relatório da SPE também destacou "o recente avanço da massa habitual real como reflexo do baixo desemprego e a melhora significativa dos índices de confiança de serviços, consumidor e comércio em julho e agosto", além de medidas adotadas pelo governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento e novas regras do Minha Casa Minha Vida, que devem contribuir positivamente para o crescimento.
(Por Luana Maria Benedito)