O presidente do Santander Brasil (SA:SANB11), Sergio Rial, afirmou que a Selic a 2% não reflete as condições estruturais do Brasil nesse momento, dado os riscos ainda existentes no campo fiscal. "Não acho que somos País de Selic a 2%. Acho que estruturalmente se quisermos manter a Selic em 2% é importante que as reformas comecem a acontecer", afirmou em live promovida pela Empiricus.
Rial lembrou que algumas mudanças micro favoráveis podem estar ocorrendo, citando a aprovação ontem no Senado da nova lei de falências, mas emendou que "o grande tema é o sinal de convergência ao equilíbrio fiscal". Rial notou que apesar das sinalizações da Câmara e do Senado, "não chegamos lá ainda e o mais importante é que haja uma ação".
O presidente do Santander apontou também para o risco inflacionário, o que pode mexer com a curva do juro no mercado futuro, desestimulando investimentos. "O menos importante é definir se a taxa será de 2%, 3% ou 4%, mas não se pode perder de vista a questão inflacionária ao ponto de termos de elevar o juro no ano que vem", apontou.
Rial acrescentou ainda que, nesse sentido, mais do que o câmbio, é a curva de longo prazo dos juros que mais o preocupa, dado o impacto negativo sobre o investimento. "Câmbio temos espaço para fortalecer estruturalmente", disse.