A redução da taxa Selic pelo Copom no curto prazo "seria muito arriscado, com boa chance de dar errado", disse o economista-chefe do Itaú (BVMF:ITUB4), Mario Mesquita em conversa com jornalistas, segundo relatou o Valor Econômico. "Não vejo tanto espaço assim [para o corte de juros]", disse. O órgão do BC se reúne entre os dias 21 e 22 deste mês, e a expectativa dos especialistas ouvidos pelo Boletim Focus é de manutenção do patamar atual.
Na visão do economista do Itaú, apesar de ser preciso considerar eventuais mudanças de rota no ciclo de aperto monetário dos EUA por parte do Federal Reserve, eventuais alterações não teriam impacto para o cenário da Selic no Brasil.
Para Mesquita, porém, é preciso que o órgão bo BC esteja atento a mudanças no cenário, como um possível risco sistêmico ao sistema financeiro após a liquidação do Sillicon Valley Bank (SVB). "A experiência mostra que lá atrás, em 2011, quando o BC buscou se antecipar a um possível choque para defender a atividade econômica, colocando em segundo plano a meta de inflação, deu bastante errado”, disse.
O Itaú estima que a taxa básica de juros chegará a 12,5% no final do ano. A Selic está em 13,75% desde agosto do último ano, e a expectativa do mercado é que o ciclo do BC já tenha chegado ao seu ápice.
Analistas estimam, porém, que há chances de o Fomc elevar o ritmo de alta para 100 bps na próxima decisão, marcada para a próxima quarta-feira (22), segundo dados do monitor de taxa de juros do Fed do Investing.com.