BRUXELAS (Reuters) - O sentimento da zona do euro sofreu seu declínio mensal mais acentuado em março, quando o coronavírus levou à diminuição da confiança entre os consumidores e todos os setores da economia, em muitos casos mesmo antes da imposição de bloqueios.
O sentimento econômico nos 19 países que compartilham o euro caiu para 94,5 pontos em março, ante 103,4 em fevereiro, quebrando com força uma tendência de alta que vinha desde novembro, mostraram dados da pesquisa da Comissão Europeia nesta segunda-feira.
O declínio foi a queda mensal mais acentuada desde que os registros começaram em 1985. O número, o menor desde setembro de 2013, ficou ligeiramente acima da expectativa de 93,0 em pesquisa da Reuters com economistas.
No entanto, a Comissão afirmou que seus dados podem ser menos precisos e comparáveis do que o habitual, porque seu trabalho de campo parou efetivamente devido a medidas de contenção projetadas para conter a propagação do vírus.
As respostas da pesquisa foram coletadas entre 26 de fevereiro e 23 de março, mas, na prática, a grande maioria era anterior à promulgação de medidas nacionais, como o fechamento de escolas, lojas de alimentos, restaurantes, cafés e instalações esportivas.
Para a Alemanha e Itália, entre 71% e 85% das respostas foram coletadas antes de medidas significativas de contenção. Para a França, foram mais de 95%.
Entre as maiores economias da zona do euro, o sentimento caiu mais acentuadamente na Itália, o país europeu mais afetado pela crise da saúde, e na Alemanha, a maior economia da região.
No Reino Unido, que agora deixou a UE, o declínio foi menos acentuado, em apenas 3,5 pontos, para 92,0.
(Reportagem de Philip Blenkinsop)