Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O volume de serviços do Brasil recuou pelo quarto mês seguido em outubro e acima do esperado, pressionado principalmente pelas atividades prestadas às famílias, mostrando que o setor ainda enfrenta dificuldades para se recuperar diante da retomada gradual da economia do país.
Em outubro, o volume de serviços registrou queda de 0,8 por cento na comparação com setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, pior do que as perdas de 0,3 por cento vistas em setembro e da expectativa em pesquisa da Reuters de taxa negativa de 0,4 por cento.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor recuou 0,3 por cento, contra expectativa de queda de 0,8 por cento.
"Está difícil de os serviços engrenarem. É preciso ritmo mais forte de contratações da indústria e dos governos para conseguir avançar", explicou o economista do IBGE Roberto Saldanha.
Entre as categorias analisadas, o volume dos serviços prestados às famílias recuou 2,3 por cento no mês passado, depois de ter crescido quase 6 por cento em setembro, enquanto os serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram queda de 1,3 por cento.
Apenas a atividade de serviços de informação e comunicação cresceu em outubro, a 0,3 por cento, sobre setembro.
No terceiro trimestre, o setor de serviços cresceu 0,6 por cento sobre os três meses anteriores, de acordo com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo IBGE.
"A economia também tem que crescer de forma mais robusta e de maneira mais espalhada para ajudar o setor de serviços, que demora a reagir", completou Saldanha.
O cenário é de inflação e juros baixos no país, além de melhora do emprego, o que incentiva o consumo, porém a confiança do setor de serviços medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou em novembro devido à piora na percepção sobre a situação atual.