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Setor manufatureiro dos EUA desacelera em janeiro, mas emprego aumenta, aponta ISM

Publicado 01.02.2022, 12:14
Atualizado 01.02.2022, 12:50
© Reuters. Trabalhador opera máquina de corte de metal na fábrica da Gent Machine Co. em Cleveland, Ohio, EUA, 26 de maio de 2021. REUTERS/Timothy Aeppel

WASHIGTON (Reuters) - Uma medida da atividade manufatureira nos Estados Unidos caiu em janeiro para o menor patamar em 14 meses, em meio a um surto de infecções por Covid-19, apoiando visões de que o crescimento econômico perdeu força no início do ano.

O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) informou nesta terça-feira que seu índice para a atividade fabril nacional caiu para 57,6 no mês passado, menor leitura desde novembro de 2020, ante 58,8 em dezembro.

Leitura acima de 50 indica expansão da manufatura, que responde por 11,9% da economia norte-americana. Economistas consultados pela Reuters previam queda do índice para 57,5.

A economia andou em marcha lenta em dezembro, o que parece ter persistido no início de 2022, à medida que as infecções por coronavírus, impulsionadas pela variante Ômicron, assolavam o país. As interrupções subsequentes em empresas e escolas levaram economistas a prever uma forte desaceleração no crescimento do emprego em janeiro.

A economia cresceu a uma taxa anualizada de 6,9% no quarto trimestre, ajudando a elevar o crescimento geral em 2021 para 5,7%, o mais forte desde 1984. Economistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) reduziram na segunda-feira sua estimativa de expansão para o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre a uma taxa de 0,5%, ante ritmo de 2,0%, citando a Ômicron e a redução da transferência dinheiro do governo norte-americano às famílias.

O subíndice prospectivo de novos pedidos da pesquisa ISM caiu para 57,9 no mês passado, leitura mais baixa desde junho de 2020, ante 61,0 em dezembro. Essa foi a segunda desaceleração mensal seguida no crescimento dos pedidos.

A medida da pesquisa de entregas dos fornecedores teve pouca alteração, em 64,6. Leitura acima de 50% indica entregas mais lentas às fábricas. A estabilidade no índice é encorajadora, dada a onda de Ômicron, que economistas temiam que manteria mais trabalhadores das fábricas em casa e estressaria ainda mais as cadeias de suprimentos.

A medida da pesquisa de preços pagos pelos fabricantes subiu para uma leitura de 76,1, contra 68,2 em dezembro, sugerindo que a inflação pode permanecer desconfortavelmente alta por um tempo.

© Reuters. Trabalhador opera máquina de corte de metal na fábrica da Gent Machine Co. em Cleveland, Ohio, EUA, 26 de maio de 2021. REUTERS/Timothy Aeppel

Apesar da agitação da Ômicron, as fábricas contrataram mais trabalhadores no mês passado. A medida de emprego no setor manufatureiro da pesquisa ISM subiu a uma máxima em dez meses, uma boa notícia em meio à previsão de forte desaceleração no crescimento do emprego ou mesmo um declínio na criação de vagas fora do setor agrícola em janeiro.

De acordo com pesquisa preliminar da Reuters com economistas, devem ter sido criadas 153 mil vagas fora do setor agrícola em janeiro, ante 199 mil em dezembro. As estimativas variaram de 250 mil a 385 mil postos de trabalho. O Departamento do Trabalho vai divulgar o relatório de empregos de janeiro na sexta-feira.

(Por Lucia Mutikani)

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