LISBOA (Reuters) - O Partido Socialista (PS), que governa Portugal, estendeu sua liderança em uma nova pesquisa de opinião antes das eleições antecipadas marcadas para o dia 30 de janeiro, mas ainda continua sem garantir a maioria no Parlamento, enquanto uma outra pesquisa publicada na quinta-feira mostra que o principal partido de oposição do país está diminuindo a diferença.
A primeira pesquisa, publicada na quarta-feira e conduzida pela Pitagórica para os canais de televisão TVI e CNN Portugal, dá ao partido do atual primeiro-ministro, António Costa, 39,6% dos votos, uma alta em relação aos 37% do mês passado.
Embora esse seja um dos melhores resultados recentes obtidos pelo PS, a cifra ainda deixaria a sigla sem garantir a maioria no Parlamento, que, de acordo com o sistema de representação proporcional, corresponde a uma porcentagem entre 42% e 45% dos votos.
A pesquisa colocou a principal legenda de oposição, o Partido Social Democrata (PSD), com 30% dos votos, uma queda em relação aos 31,7% registrados em dezembro.
A segunda pesquisa, realizada pela Intercampus para as publicações Jornal de Negócios e o Correio da Manhã, mostra que o PS continua favorito na disputa, mas que conquistaria 29% dos votos, menos do que os 29,4% registrados no mês passado. O PSD tem 24,1%, subindo a partir de 22,2%.
A Intercampus disse que o número de eleitores indecisos é de aproximadamente 18%.
Em outubro, dois ex-aliados de Costa --o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE)-- se aliaram a partidos de direita para rejeitar o Orçamento do governo de minoria, provocando uma eleição antecipada. Se o PS fracassar em conquistar uma maioria absoluta no Parlamento, precisará do apoio de um outro partido para aprovar projetos na Assembleia da República.
O BE e o PCP tiveram apoio de 6,4% e 5% respectivamente na pesquisa da Pitagórica, e de 7% e 4,9% respectivamente no levantamento da Intercampus.
Segundo ambas as pesquisas, o BE é o terceiro partido com maior intenção de voto, com uma pequena vantagem sobre a sigla de extrema-direita Chega, que fica com entre 4,9% e 5,7% da preferência.
A Pitagórica entrevistou 600 pessoas de 30 de dezembro a 9 de janeiro, com uma margem de erro de 4%. A sondagem da Intercampus foi realizada entre 4 e 10 de janeiro, ouviu 615 pessoas e tem uma margem de erro de cerca de 4%.
(Reportagem de Sérgio Gonçalves e Catarina Demony)