BRASÍLIA (Reuters) - O Solidariedade entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em que questiona pontos da medida provisória recém editada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro que cria o chamado Contrato de Trabalho Verde Amarelo e que altera uma série de pontos da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT.
O partido político, presidido pelo sindicalista e deputado federal Paulinho da Força (SP), disse na ação que o contrato de trabalho instituído pela MP cria uma nova classe de trabalhadores sem que tenha garantido condições mínimas a eles, o que viola a Constituição.
"Por certo, a Constituição Federal não autoriza um regime de contrato de trabalho especial, extraordinário e cujos critérios sejam livremente estabelecidos pelo legislador infraconstitucional", afirmou o partido.
A legenda contestou, entre outros pontos, a previsão de se pagar um valor menor da multa de 40% do FGTS nos casos de demissão pelo Contrato de Trabalho Verde Amarelo. Para ela, há um conflito com a Constituição a possibilidade na MP de se reduzir o valor dessa multa pela metade no caso de acordo entre as partes.
O partido também questionou o fato de a MP prever a desregulamentação da profissão de corretor de seguros, o que, em sua opinião, implicará grave retrocesso em matéria de proteção do consumidor.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Ricardo Brito)