Madri, 28 mai (EFE).- O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, afirmou nesta segunda-feira que a injeção de dinheiro público no Bankia e em outras instituições financeiras do país não repercutirá em novos cortes e impostos e também não influirá nos objetivos de déficit público.
Em entrevista coletiva, o chefe do Executivo disse que estão sendo estudados os procedimentos pelos quais serão injetados 19 bilhões de euros solicitado pelo Bankia para completar seu saneamento financeiro.
Rajoy lembrou que "em 2008 e 2009 muitos países no mundo destinaram via dívida pública" grandes quantidades de dinheiro para as instituições financeiras".
Sem citar, o chefe de governo se referiu ao caso ING, quando em 2008 o estado holandês concedeu 10 bilhões de euros à instituição, "que o banco já está devolvendo".
"Isso é exatamente é o que vai se passar na Espanha. Podíamos ter feito isso há quatro anos, mas não fizemos", disse o presidente do governo.
Rajoy disse também que a alternativa à contribuição de dinheiro público ao BFA-Bankia "era não fazer nada, deixá-lo quebrar", o que teria afetado todo o setor.
O chefe do Executivo assegurou que a ajuda injetada no banco será recuperada quando a instituição for vendida.
"Não é a primeira vez que se introduz dinheiro público num banco", acrescentou Rajoy, que explicou que os objetivos da nacionalização são "garantir os depósitos dos espanhóis, sanear a entidade, recapitalizá-la e recuperar a confiança dos mercados".
O BFA-Bankia anunciou na sexta-feira que pedirá ao Estado uma ajuda pública de 19 bilhões de euros, que se somará aos 4.465 bilhões já destinados pelo governo, para completar seu saneamento financeiro. EFE