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Taxa de desemprego no Brasil pode até dobrar por coronavírus, diz Salim

Publicado 30.04.2020, 11:05
© Reuters. (Blank Headline Received)

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, estimou nesta quinta-feira que a taxa de desemprego no país pode até dobrar por conta dos impactos da crise do coronavírus na economia, e fez forte apelo por uma retomada econômica baseada na atração de investimentos privados.

"No Brasil a gente já estava com taxa de desemprego elevado. Presume-se que esse desemprego anterior possa aumentar entre 50% a 100% do que era a taxa anterior", afirmou ele, em live promovida pelo banco Credit Suisse.

"Nós só vamos saber disso nos meses de julho, agosto, para verificar qual o tamanho do estrago do coronavírus no Brasil", completou.

A taxa de desemprego fechou o primeiro trimestre em 12,2%, com 12,85 milhões de desempregados no país, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã. Ela subiu frente ao patamar de 11,0% registrado no quarto trimestre de 2019, mas ficou abaixo da expectativa de 12,5% conforme pesquisa da Reuters com analistas.

Para a retomada da economia após o impacto mais frontal da crise, Salim afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tem rediscutido desestatizações com a equipe econômica e que é preciso sim retomar as obras no país, mas com dinheiro privado.

Questionado sobre o Plano Pró-Brasil, que foi anunciado na semana passada sem a presença de integrantes do time econômico e que previu aporte de recursos públicos para infraestrutura, Salim avaliou que "as pessoas são boas, querem contribuir", mas que "inferno está cheio de gente com boas intenções".

Segundo Salim, o ministro da Economia, Paulo Guedes, está "muito, muito sólido" e conta com apoio total de Bolsonaro, ecoando esforços recentes de integrantes do governo de reforçar essa mensagem após o mercado ter reagido ao desalinhamento interno exposto pela divulgação do Pró-Brasil. "É necessário retomar o investimento em infraestrutura? É. Com dinheiro público? Não. Tem que ser dinheiro privado", disse.

De acordo com a Salim a venda de ativos, incluindo estatais, precisa ganhar tração para diminuir a dívida, já que as ações demandadas para o enfrentamento ao Covid-19 vão pressionar significativamente o endividamento do país.

"Teremos dívida monstruosa. Se tivermos taxa de juros civilizada vai ser mais palatável essa dívida. Se tivermos problema com taxa de juros, isso vai ser desastroso", disse. O secretário afirmou que o governo precisa trabalhar para atrair e dar segurança para o investidor privado, num momento em que há recursos sobrando no mundo. Nesse sentido, ele disse que as licenças para obras têm que ser mais ágeis e destacou que é preciso pensar numa solução para insegurança do investidor estrangeiro em relação à variação do dólar.

VENDA DE ATIVOS

O secretário afirmou que o coronavírus acabou interrompendo processos de venda de ativos que estavam encaminhados, como a listagem em bolsa de duas subsidiárias da Caixa Econômica Federal, a Caixa Seguridade e a Caixa Cartões.

"Era previsto que superassem 100 bilhões de reais", pontuou ele, em referência à avaliação do valor das companhias.

Salim afirmou que ficava desde o ano passado "no pé" do ex-presidente do BNDES Joaquim Levy para a venda de ativos detidos pelo braço de participações do banco, a BNDESPar. De acordo com o secretário, a entrada do atual presidente da instituição, Gustavo Montezano, "mudou completamente o quadro" para acelerar esse processo.

Passada a crise, a ideia é que o banco se desfaça de todas as suas participações na BNDESPar, disse Salim.

Sobre a venda de estatais, ele reforçou que o governo voltará a conversar com parlamentares sobre o projeto de lei para privatização da Eletrobras (SA:ELET3) a partir de junho ou julho, mirando a aprovação do texto neste ano e realização da operação em 2021.

© Reuters. (Blank Headline Received)

"Isso precisa de rearranjo político, esse governo não tem maioria", disse.

Salim reiterou que, junto com Guedes, tem grande tarefa de convencer os ministros setoristas para a venda de estatais, mas frisou que este não é um trabalho fácil.

"Eu sou louco pra vender estatal, mas tem todo um procedimento a ser seguido", disse ele, lembrando que a venda das empresas controladas pela União levou uma média de 45 meses a partir de 2002.

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