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Temer diz que vai trabalhar para inflação no centro da meta e espera juro de um dígito

Publicado 12.01.2017, 19:10
Atualizado 12.01.2017, 19:20
© Reuters. Presidente Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília

(Reuters) - O presidente Michel Temer voltou a comemorar o recuo do inflação e disse nesta quarta-feira que o trabalho agora é colocá-la no centro da meta, de 4,5 por cento, além de prever que o país caminha para uma taxa básica de juros de um dígito, depois da decisão do Banco Central na véspera.

"É interessante, embora tenhamos apenas, convenhamos, sete ou oito meses de governo, os senhores vejam que a inflação, que é algo que atormenta a vida das famílias, caiu de 10,70 para 6,29 (por cento)", disse Temer, referindo-se ao recuo da inflação de 2015, quando foi de 10,67 por cento, para 2016, cujo 6,29 por cento foi anunciado pelo IBGE na manhã de quarta-feira.

Economistas avaliam que parte do recuo dos preços no período, no entanto, se deveu à forte recessão que atingiu a economia brasileira nesses dois anos.

"Os senhores sabem que a inflação calculada como razoável pelos governos é aquela de zero a 6,5, e o centro da meta 4,5. Nesse curto período, nós ficamos abaixo do teto da meta e o trabalho agora é que neste ano nós estejamos no centro da meta. Ou seja, 4,5 por cento", acrescentou.

Embora o presidente tenha falado de inflação "razoável" entre zero e 6,5 por cento, a margem de tolerância para a meta de 4,5 por cento no ano passado era de 2 pontos percentuais, para mais e para menos. Neste ano, a tolerância foi reduzida a 1,5 ponto percentual.

Temer aproveitou a decisão do Comitê de Política Monetária do BC na noite de quarta-feira, de cortar a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, a 13 por cento ao ano, para voltar a fazer prognósticos sobre os juros, como tem feito nos últimos dias, ainda que ressaltando não pretender interferir na área.

"Juros muito altos revelam desestímulo para quem quer investir", disse. "Pois muito bem, nesse breve período, primeiro foi 0,50 e ontem foi 0,75", disse o presidente, referindo-se primeiro aos dois cortes anteriores de 0,25 ponto percentual.

"E nós vamos, nessa toada, digamos assim, não que eu queira dar palpite na área financeira, mas vamos nessa toada, pouco a pouco, sair dos dois dígitos para um dígito só em matéria de juros da economia brasileira", concluiu.

Alguns economista já veem a taxa Selic abaixo de 10 por cento no final de deste ano.

© Reuters. Presidente Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília

Os comentários do presidente foram feitos em discurso na inauguração de uma escola municipal com o nome de seu irmão Fued Temer em Praia Grande (SP).

(Por Alexandre Caverni)

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