Por Geoffrey Smith
Investing.com -- Uma escalada de 75 pontos base nas taxas de juros durante a reunião da semana que vem do Federal Reserve está de volta à mesa, na esteira de mais um forte e surpreendente aumento na inflação ao consumidor dos EUA em maio.
O contrato para os futuros de 30 dias do Fed Funds na CME, amplamente utilizado para cobrir o risco de taxas de juros de curto prazo, caiu 13 pontos base, para 97,27 na sequência do anúncio do Departamento do Trabalho de que o índice de preços ao consumidor subiu para um novo recorde de alta em quatro décadas, a 8,6%. Isso representa uma elevação de mais de 50 pontos base no intervalo-alvo para os fed funds quando o comitê de elaboração de políticas do banco central se reunir na terça e quarta-feira.
"Junto com outro forte aumento nos preços centrais, aumentam as chances de que o Fed precise ampliar a sua série de aumentos de juros de 50 pb até o outono [do hemisfério norte], e até abre as portas para um movimento maior de 75 pb durante a reunião do FOMC na próxima semana", afirmaram os analistas da Capital Economics em relatório aos clientes.
O Presidente do Fed, Jerome Powell disse após a última reunião do banco central que esperava que os aumentos de meio ponto fossem discutidos durante as próximas reuniões, e desde então os apelos por ações mais drásticas têm vindo em grande parte de fora da organização. O presidente dos EUA, Joe Biden, cujos níveis de popularidade sofreram junto com os de seu partido com a disparada do custo de vida, disse após uma reunião recente com Powell que respeitava a independência do Fed e esperava que a inflação fosse controlada.
O relatório da inflação também teve um forte efeito sobre outros produtos de taxas de juros. O rendimento do Tesouro de 2 anos aumentou 13 pontos base, para 2,95%, seu valor mais elevado desde novembro de 2018. O rendimento da nota de 10 anos, que é mais sensível às expectativas para a inflação de longo prazo, subiu ligeiramente menos, mas ainda era negociado com alta de 7 pontos base, a 3,11%. Enquanto isso, a perspectiva de que as taxas de juros em dólares permaneçam mais altas por mais tempo impulsionou novamente o dólar para o seu maior patamar em mais de três semanas. Às 11:00h, o índice do dólar, que acompanha a dívida norte-americana contra uma cesta de moedas dos mercados desenvolvidos, registrava avanço de 0,9%, a 104,11.