Bitcoin segue em compasso de espera após corte de juros nos EUA
Investing.com – Os contratos futuros das ações dos EUA registravam estabilidade antes da abertura das Bolsas em Nova York nesta sexta-feira, após os principais índices de Wall Street fecharem em novas máximas na véspera.
Investidores aguardam uma ligação entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, com possível acordo para as operações do TikTok nos EUA no centro da pauta.
No Brasil, as discussões políticas sobre o julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 seguem em destaque, com o relator descartando anistia.
1. Futuros em queda nos EUA
Os futuros das ações dos EUA operavam estáveis nesta sexta-feira (19), um movimento que sugere pausa após a sequência de recordes de fechamento registrada na véspera.
Na sessão anterior, o Dow Jones Industrial Average, o S&P 500 e o Nasdaq Composite encerraram em níveis recordes, em um ambiente marcado pela recente decisão do Federal Reserve de reduzir a taxa de juros.
“Os investidores seguem confiantes diante do estímulo fiscal e monetário em curso, além da euforia com inteligência artificial”, destacaram analistas da Vital Knowledge em nota.
Entre as empresas, Intel (NASDAQ:INTC) saltou mais de 22% após a Nvidia (NASDAQ:NVDA) anunciar a compra de uma fatia de US$ 5 bilhões, tornando-se uma das principais acionistas da fabricante americana de semicondutores em processo de reestruturação.
2. Mercado aguarda ligação entre Trump e Xi sobre o TikTok
Os agentes acompanham a expectativa de uma ligação telefônica nesta sexta-feira entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, com foco em um possível acordo que permita a continuidade das operações do TikTok nos EUA.
De acordo com autoridades americanas citadas pela Reuters, o tema será prioridade na primeira conversa oficial entre os dois em três meses. O movimento pode abrir caminho para uma reunião presencial em cúpula prevista para ocorrer na Coreia do Sul ainda este ano, após meses de negociações comerciais desde a volta de Trump ao poder em janeiro.
Para o TikTok, controlado pela chinesa ByteDance, a definição sobre o futuro de sua operação nos EUA encerraria um longo período de incerteza para a plataforma.
Embora o Congresso tenha determinado a venda ou o fechamento das operações americanas, Trump prorrogou prazos sucessivos, argumentando que a medida concede tempo para atrair potenciais compradores. Ele também tem se mostrado cauteloso em não alienar a ampla base de usuários do aplicativo, afirmando inclusive que a plataforma “ajudou a me eleger” em 2024.
No início da semana, autoridades de Washington e Pequim anunciaram um acordo preliminar. Segundo o Wall Street Journal, as operações do TikTok nos EUA ficariam sob controle de um consórcio formado por Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz. Persistem, porém, dúvidas sobre a estrutura acionária e o grau de influência da China sobre o aplicativo.
3. FedEx surpreende com resultados acima do esperado
As ações da FedEx (NYSE:FDX) avançaram no after-market após a companhia superar as expectativas de receita e lucro no trimestre fiscal mais recente.
A empresa, sediada em Memphis, obteve ganhos ao cortar custos, compensando a fraqueza nos volumes internacionais após o fim da isenção tarifária para produtos de baixo valor enviados diretamente a consumidores.
No esforço de reduzir despesas em US$ 1 bilhão no atual exercício fiscal, a FedEx vem fechando instalações, reorganizando divisões e mantendo aeronaves em solo. Essas medidas, somadas a sinais de resiliência do consumo em meio à pressão inflacionária, favoreceram a expansão da margem operacional.
O fim da chamada isenção “de minimis” reduziu em US$ 150 milhões a receita do primeiro trimestre, mas o faturamento total alcançou US$ 22,24 bilhões, superando a estimativa de US$ 21,66 bilhões. O lucro ajustado de US$ 912 milhões também ficou acima das projeções.
4. Banco do Japão mantém taxa estável em meio a incertezas
O Banco do Japão decidiu nesta sexta-feira manter a taxa de juros em 0,5%, em linha com as expectativas, em meio à instabilidade política interna e ao impacto das tarifas comerciais dos EUA sobre a economia japonesa.
A instituição delineou ainda planos para iniciar a venda de parte de suas vastas participações em ações, ETFs e fundos imobiliários, movimento que representa novo passo no processo de normalização da política monetária iniciado no ano passado. A notícia pressionou as bolsas locais, que reagiram com forte queda.
A decisão foi apoiada por maioria de 7 a 2 no conselho de política monetária. Os membros Takata Hajime e Tamura Naoki defenderam alta de 25 pontos-base, citando a persistência da inflação.
5. Relator transforma “PL da Anistia” em “PL da Dosimetria”
O projeto de anistia relatado pelo deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) passou a ser chamado de “PL da Dosimetria”, após reunião com o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), que sugeriu a mudança para evitar confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), já que a anistia a crimes contra o Estado Democrático de Direito foi considerada inconstitucional.
O novo foco do texto é reduzir penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro, em vez de perdoá-los.
A decisão foi anunciada após encontro na casa do ex-presidente da República, Michel Temer, que classificou o momento como histórico e parte de um pacto entre poderes.
Para Aécio e Paulinho, o projeto busca pacificar o país e abrir espaço para temas como isenção do imposto de renda e segurança pública.
O requerimento de urgência foi aprovado na Câmara por 311 votos a 163, e Paulinho foi oficializado relator da proposta.