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NICÓSIA (Reuters) - Um moderado venceu as eleições presidenciais turco-cipriotas neste domingo, derrotando um linha-dura em uma votação crucial que pode ajudar a reativar as negociações da ONU sobre a reunificação do Chipre.
O político de centro-esquerda Tufan Erhuman conquistou a vitória nas urnas com 62,8% dos votos de pouco mais de 218.000 eleitores registrados, derrotando o atual presidente Ersin Tatar com a promessa de revigorar as negociações com os greco-cipriotas sobre o futuro do Chipre.
Advogado, Erhuman prometeu explorar uma solução federal — há muito apoiada pelas Nações Unidas — para pôr fim à divisão de quase 50 anos da ilha.
Tatar e a Turquia -- o único país que reconhece o Chipre do Norte --, apoiaram uma política de dois Estados, que foi rejeitada pelos greco-cipriotas.
O Chipre foi dividido em 1974 em uma invasão turca desencadeada por um breve golpe apoiado pela Grécia, que se seguiu a combates esporádicos após o colapso de uma administração de poder compartilhado em 1963. O Chipre do Norte foi proclamado em 1983 e as negociações de paz estão paralisadas desde 2017.
O presidente cipriota e líder greco-cipriota, Nikos Christodoulides, parabenizou Erhuman, acenando com seu compromisso com a retomada das negociações de paz.
Tatar, que assumiu o poder em 2020, recebeu 35,8% dos votos.
O presidente do Chipre do Norte tem a responsabilidade de representar a comunidade turca-cipriota nas negociações com os greco-cipriotas, que representam Chipre na União Europeia e têm voz ativa nas aspirações da Turquia de ingressar no bloco.
Mehmet Ali Talat, líder turco-cipriota de 2005 a 2010, disse que Ancara pode adaptar sua abordagem à ideia de um acordo de dois Estados.
"Isso pode mudar? Acredito que sim. Depende do que a Turquia conseguirá com uma solução", disse Talat ao jornal grego-cipriota Politis em uma entrevista publicada neste domingo.
(Por Michele Kambas)