O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 26, que a instituição tentou ser mais transparente nas suas estimativas de hiato do produto no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, publicado no período da manhã. Esses números, ele disse, são compatíveis com as outras projeções da autarquia.
"A gente tem uma trajetória de hiato que mais ou menos conversa com o que a gente está pensando em termos de projeções que a gente tem, lembrando que as projeções não estão associadas a um modelo específico", disse Campos Neto, em entrevista coletiva para comentar o RTI, em São Paulo.
Ele afirmou que as projeções de hiato do BC estão próximas às do mercado, que talvez tenha uma estimativa "um pouquinho mais deslocada para a parte de cima."
Também presente na coletiva, o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, afirmou que não houve nenhuma mudança na forma como o BC leva em conta o hiato na determinação da taxa Selic - ou seja, não houve alterações na função de reação da autoridade monetária.
"Eu acho que a coerência ao longo do tempo da função de reação é importante. Você olha quais são os determinantes que vão definir ritmo, magnitude, que a gente colocou no comunicado, são os mesmos que prevaleceram durante o ciclo de corte de juros. Então, acho que o hiato é importante para pensar sobre a dinâmica de inflação", afirmou o diretor.