Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, disse nesta segunda-feira Banco do Japão tomará as medidas necessárias para estabilizar os mercados abalados pelo surto de coronavírus, reforçando as especulações sobre ações coordenadas de políticas monetárias globais.
Os comentários de Kuroda, feitos em uma declaração de emergência poucos dias depois de um movimento semelhante do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, foram recebidos pelos mercados como um sinal de que os maiores bancos centrais do mundo estão organizando uma resposta coordenada à crise.
O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, também disse nesta segunda-feira que as principais economias do G7 tomarão "ações combinadas" para limitar os danos causados pela epidemia, e os ministros das Finanças do grupo devem discutir a melhor abordagem por telefone esta semana.
Kuroda disse que os mercados financeiros fizeram "movimentos instáveis" em meio à crescente incerteza sobre o impacto da epidemia na economia.
"O Banco do Japão monitorará os acontecimentos cuidadosamente e se esforçará para estabilizar os mercados e oferecer liquidez suficiente por meio de operações de mercado e compras de ativos", disse ele.
A linguagem do comunicado sugeria que o banco central fará pleno uso de suas ferramentas existentes para inundar os mercados com fundos, antes de ponderar medidas adicionais de flexibilização monetária.
De fato, o Banco do Japão ofereceu subsequentemente 500 bilhões de ienes (4,62 bilhões de dólares) em fundos de duas semanas por meio de operações de mercado. Os investidores também esperam que o banco central aumente as compras diárias de fundos negociados em bolsa (ETF) para colocar um piso nos preços das ações.
Em sua declaração não programada divulgada na sexta-feira, Powell disse que o Fed "agirá conforme apropriado" para apoiar a economia diante dos riscos da epidemia.