YENAGOA, Nigéria (Reuters) - Mais de 60 pessoas presas na Nigéria na semana passada por ligação com um suposto casamento gay, que é ilegal no país, permanecem na cadeia, disseram nesta segunda-feira a polícia e o advogado do grupo. O tribunal atendeu a um pedido de prisão preventiva feito pela polícia após audiência realizada nesta segunda-feira na cidade de Warri, no estado de Delta, onde os suspeitos foram presos após uma denúncia. “Os suspeitos foram denunciados hoje no tribunal, e o juiz determinou que permaneçam na cadeia por duas semanas”, afirmou a polícia de Delta em comunicado. Não ficou claro quantas pessoas estão detidas, mas a polícia disse na semana passada que 67 pessoas foram presas.
Na Nigéria, como na maior parte da África, a homessexualidade é vista como algo inaceitável, e em 2014 uma lei anti-gay entrou em vigor, apesar de ter atraído críticas da comunidade internacional.
O advogado de defesa, Ochuko Ohimor, que está representando 60 suspeitos, afirmou que, embora a próxima audiência esteja marcada para 18 de setembro, está tentando obter uma fiança para os acusados.
Segundo ele, são 69 os detidos, que enfrentam acusações por estarem supostamente celebrando um casamento gay.
“Tudo o que estamos fazendo no momento é pedir fiança para eles. Se forem meritórios os pedidos, podem ser acatados pela corte. O pedido de fiança pode ser impetrado antes do fim dos 14 dias da prisão preventiva”, disse.
A lei anti-gay da nação mais populosa da África inclui uma pena de até 14 anos de prisão para os condenados. A legislação proíbe o casamento gay, relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo e a associação com grupos de defesa dos direitos dos homossexuais. (Reportagem de Tife Owolabi; texto de Elisha Bala-Gbogbo)