NOVA YORK (Reuters) - Parece menos apropriado que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, aumente os juros no mês que vem, tendo em vista que a recente turbulência nos mercados globais aumentou os riscos à economia norte-americana, disse nesta quarta-feira o presidente do Fed de Nova York, William Dudley.
Ele afirmou que a perspectiva de elevação do juro em setembro "parece menos convincente agora do que era há algumas semanas". Sobre a forte queda dos mercados, desencadeada por temores de desaceleração da economia chinesa, Dudley disse que deseja ver mais indicadores econômicos sobre os EUA antes de fazer um julgamento final sobre quando apertar a política monetária.
No entanto, Dudley, "dovish" e aliado próximo da chair do Fed, Janet Yellen, deixou a porta aberta para o aumento dos juros pela primeira vez em quase uma década em 16 e 17 de setembro, quando o banco central se reúne novamente.
"Neste momento, a decisão de começar o processo de normalização no encontro do Fomc de setembro parece menos convincente para mim do que há algumas semanas", disse Dudley a repórteres no Fed de Nova York, referindo-se ao Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed.
Mas uma elevação inicial dos juros "pode se tornar mais convincente até a reunião à medida que recebermos informações adicionais sobre a performance da economia norte-americana... desenvolvimentos do mercado financeiro internacional, e tudo o que é importante para moldar o panorama da economia dos Estados Unidos", complementou Dudley.
A turbulência dos últimos dias nos mercados, incluindo tombos profundos na Ásia, Europa e nos Estados Unidos, levantou dúvidas sobre os planos do Fed de possivelmente elevar os juros já no próximo mês. Investidores e economistas têm adiado suas expectativas para dezembro ou até para o próximo ano, citando o avanço do dólar e a queda dos preços do petróleo.
(Por Jonathan Spicer)