PARIS (Reuters) - A empresa de mídia francesa Vivendi (PA:VIV) disse na segunda-feira que não tem "controle de fato" da Telecom Italia de acordo com a lei italiana.
Reconhecer o "controle de fato" da Telecom Italia obrigaria a Vivendi a consolidar suas contas, incluindo uma dívida financeira líquida ajustada de 25 bilhões de euros (29,6 bilhões de dólares).
A declaração da Vivendi, embora técnica em sua redação, ressalta a crescente pressão que enfrenta na Itália, onde as autoridades locais estão cada vez mais questionando a forma como a empresa francesa entrou nos negócios de telecomunicações e radiodifusão.
Liderada pelo bilionário francês Vincent Bollore, a Vivendi abalou a governança da Telecom Italia desde que se tornou o maior acionista da italiana, com uma participação de 24 por cento, e colocou dois de seus principais executivos no comando.
A francesa também tem uma participação de 29 por cento na maior emissora comercial da Itália, a Mediaset, tornando-se a segundo maior acionista depois do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
O governo da Itália está investigando se a Vivendi violou a obrigação de notificar Roma sobre o papel de "direção" na Telecom Italia, considerada um ativo nacional estratégico.
"A participação (da Vivendi) na Telecom Italia não é suficiente para permitir que exerça, de forma estável, uma influência dominante nas assembleias de acionistas da Telecom Italia", afirmou a Vivendi em comunicado, ao explicar porque não considera ter total controle da Telecom Italia.
A Vivendi, que possui uma capitalização de mercado de 25,8 bilhões de euros, emitiu a declaração em resposta a uma solicitação formal do órgão controlador de mercados da Itália, o Consob.
(Por Mathieu Rosemain)