WASHINGTON (Reuters) - As vendas de moradias usadas nos Estados Unidos subiram inesperadamente em outubro, mas os preços mais altos em meio à oferta restrita continuam como um desafio aos compradores de primeira viagem.
As vendas de moradias usadas avançaram 0,8% no mês passado, para uma taxa de 6,34 milhões de unidades em dado ajustado sazonalmente, informou a Associação Nacional de Corretores nesta segunda-feira.
Economistas consultados pela Reuters projetavam queda das vendas para 6,20 milhões de unidades. As vendas aumentaram na região mais acessível do Meio-Oeste e no densamente povoado Sul norte-americano, mas caíram no Nordeste e ficaram inalteradas em relação ao mês anterior no Oeste, que é a região mais cara dos EUA.
As revendas de moradias, que respondem pela maior parte das vendas de casas nos Estados Unidos, caíram 5,8% em comparação com o mesmo período no ano anterior.
As vendas dispararam durante o verão do ano passado no Hemisfério Norte em meio a um êxodo de áreas centrais de cidades para os subúrbios e outras regiões de baixa densidade, à medida que os norte-americanos buscavam acomodações mais espaçosas para trabalho e ensino remotos durante a pandemia de Covid-19.
Com a vacinação permitindo que trabalhadores retornem aos escritórios e que escolas sejam reabertas para aulas presenciais, a busca impulsionada pela pandemia diminuiu. Embora as vendas tenham caído de um pico de 6,73 milhões de unidades em outubro de 2020, a demanda por habitação permanece forte e continua esbarrando em uma oferta modesta.
O preço médio de uma moradia usada aumentou 13,1% em relação a um ano antes, para 353.900 dólares em outubro. Havia 1,25 milhão de casas usadas no mercado no mês passado, queda de 12% em relação ao ano anterior.
Dados do governo dos EUA divulgados na semana passada mostraram declínio acentuado na construção de moradias unifamiliares em outubro e o maior saldo de residências pendentes de construção em 15 anos devido à escassez de materiais e mão de obra. Isso pode ampliar os estoques de moradias quando as restrições de oferta diminuírem.
No ritmo de vendas de outubro, o estoque atual levaria 2,4 meses para se esgotar, abaixo dos 2,5 meses de um ano atrás. Um período de seis a sete meses é visto como um equilíbrio saudável entre oferta e demanda. Os compradores de primeira viagem representaram 29% das vendas no mês passado, ante 32% um ano atrás.
(Por Lucia Mutikani)