SÃO PAULO (Reuters) - As vendas e os lançamentos de imóveis devem aumentar em 2018, mas o ritmo de crescimento dependerá da disponibilidade de crédito, disseram nesta quarta-feira representantes do setor imobiliário durante mesa redonda no Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), sem fornecer estimativas.
“A expectativa para 2018 obviamente é boa porque muitas reformas aconteceram, esperamos agora a da Previdência, mas por ser um ano eleitoral dúvidas vão aparecer e o grande desafio será o crédito imobiliário”, afirmou o presidente da Federação Internacional Imobiliária (Fiabci-Brasil), Rodrigo Luna.
A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) projeta alta de 15 por cento no financiamento imobiliário via poupança em 2018, com o crédito para compra de imóveis devendo crescer em ritmo mais acelerado do que o financiamento para construção de unidades.
“O total de financiamentos vai depender da política de governo e das decisões do conselho curador do FGTS”, alertou o presidente da Abecip, Gilberto de Abreu.
2017
Neste ano, os lançamentos de imóveis devem ficar 10 por cento acima do nível observado em 2016, enquanto as vendas devem ter crescimento ainda maior na mesma comparação, estimou o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary.
O presidente da Fiabci disse, contudo, que o crescimento deve ser menor que o patamar de 15 por cento inicialmente projetado para 2017. “O mercado trabalhava com um crescimento maior, mas a política afetou a confiabilidade dos negócios”, disse Luna, ressaltando o impacto causado pelas denúncias contra o presidente Michel Temer no comportamento de empresários e compradores de imóveis.
Na avaliação de Luna, o setor imobiliário deve encerrar 2017 com alta de 5 por cento nos lançamentos e de 10 por cento nas vendas em relação a 2016.
Tanto Luna quanto Amary veem chance de um novo ciclo de alta nos preços dos imóveis, já que os estoques estão diminuindo conforme as vendas crescem mais que os lançamentos.
“Os preços já pararam de cair e começou um movimento e ajuste... Quem comprou hoje provavelmente comprou no piso”, disse o presidente da Fiabci.
(Por Gabriela Mello)