⛔ Pare de adivinhar ⛔ Use nosso filtro de ações gratuito e ache pechinchas do mercadoTeste Grátis

Vendas no varejo caem 0,4% em abril, 3ª queda seguida e pior resultado para o mês em 12 anos

Publicado 16.06.2015, 11:12
© Reuters. Família escolhendo televisões em filial das Casas Bahia em São Paulo

Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As vendas no varejo do Brasil recuaram 0,4 por cento em abril sobre o mês anterior, em um resultado inesperado que marca o terceiro mês seguido de queda e o pior resultado para o mês em 12 anos, refletindo a fraqueza que vem abatendo a economia do país.

Na comparação com o mesmo mês de 2014, as vendas varejistas caíram 3,5 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

Em ambas as comparações, os resultados foram os mais fracos para um mês de abril desde 2003, quando as vendas no varejo também caíram 0,4 por cento na comparação mensal e recuaram 3,7 por cento em base anual. Aquele ano também foi o último em que o varejo registrou três meses seguidos de quedas nas vendas na comparação mensal.

As leituras também foram bem piores do que a mediana das expectativas em pesquisa da Reuters, que apontavam alta de 0,60 por cento na comparação mensal e queda de 1,75 por cento sobre um ano antes.

"O comércio reflete a dificuldade da economia. Preços altos, economia lenta, renda menor e fatores conjunturais menos favoráveis", destacou a coordenadora da pesquisa no IBGE, Juliana Paiva.

O IBGE ainda revisou a leitura de março sobre fevereiro para mostrar recuo de 1,0 por cento contra queda de 0,9 por cento divulgada antes. E também piorou o número de março sobre o mesmo mês do ano anterior para alta de 0,3 por cento, contra 0,4 por cento divulgado anteriormente.

Em 2015 até abril, as vendas já acumulam queda de 1,5 por cento e seguem no caminho de repetir 2003, última vez em que o ano fechou com recuo nas vendas, de 3,7 por cento.

"Claramente não é um ano favorável ao comércio. O consumo no Brasil diminuiu bastante com os fatores conjunturais desfavoráveis acompanhado de incertezas tanto da parte de empresas quanto de consumidores", completou Juliana.

SUPERMERCADOS

De acordo com o IBGE, seis das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram queda mensal no volume de vendas em abril.

Essa disseminação de resultados ruins, destacou o economista sênior do Banco Besi, Flávio Serrano, compensou a alta de 1,9 por cento sobre março nas vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, importante termômetro do varejo.

"A queda generalizada dos demais segmentos foi capaz de compensar o bom desempenho dos supermercados, que aconteceu por causa da descompressão do IPCA", disse ele, lembrando que a inflação oficial em abril desacelerou a 0,71 por cento, ficando pela primeira vez no ano abaixo de 1 por cento, embora tenha ido a 0,74 por cento em maio.

Entre as quedas nas vendas, destacaram-se a de 12,2 por cento em equipamentos e material para escritório, informática e comunicação e de 5,1 por cento em outros artigos de uso pessoal e doméstico.

A receita nominal do varejo restrito avançou 0,3 por cento sobre março e teve alta de 2,5 por cento ante abril de 2014.

Já no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, o volume de vendas recuou 0,3 por cento em abril na comparação com março, com queda de 1,2 por cento de materiais de construção.

Embora as vendas de veículos e motos, partes e peças tenham subido 4,4 por cento sobre março, Serrano destacou que este é um resultado pontual.

"Dá para ter muito convicção de que isso será corrigido no mês que vem. É um deslocamento pontual do padrão de vendas de veículos, não é sinal de reversão", disse ele, lembrando que os números da Fenabrave, associação que representa os concessionários de veículos, mostraram queda das vendas de veículos novos em abril e maio.

O setor varejista brasileiro vem refletindo a perda de força da economia, especialmente diante do aumento do desemprego, em meio à inflação alta e deterioração da confiança do consumidor.

Também pesa a atual política monetária, com sucessivas elevações na taxa básica de juros --hoje em 13,75 por cento-- que acabam encarecendo o crédito aos consumidores.

© Reuters. Família escolhendo televisões em filial das Casas Bahia em São Paulo

Com a indústria também sem perspectivas de melhora em breve, economistas projetam na pesquisa Focus do Banco Central contração econômica neste ano de 1,35 por cento.

(Reportagem adicional de Caio Saad no Rio de Janeiro)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.