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Vendas no varejo crescem acima do esperado em novembro mas cenário segue fraco

Publicado 14.01.2015, 12:13
© Reuters. Cliente em supermercado de São Paulo

Por Walter Brandimarte e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro avançaram 0,9 por cento em novembro na comparação com outubro, acima do esperado e marcando o quarto mês seguido de alta, porém com desaceleração que ressalta a fraqueza da economia brasileira no quarto trimestre de 2014.

Na comparação com um ano antes, as vendas varejistas avançaram 1 por cento, pior resultado para novembro desde 2003, quando caiu 0,2 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Os resultados ficaram acima das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,2 por cento na comparação mensal e de recuo de 0,35 por cento na base anual.

Mas a fragilidade do setor varejista brasileiro diante da baixa confiança do consumidor, da elevação da taxa de juros e do cenário de demissões em vários setores da economia fica evidente nos dados acumulados de 2014.

Por enquanto, as vendas do comércio varejista registram no acumulado do ano o pior desempenho em 11 anos, uma vez que entre janeiro e novembro mostram avanço de 2,4 por cento, resultado mais fraco desde a queda de 4,5 por cento vista no mesmo período de 2003.

"O comércio deu uma guinada para baixo nestes últimos dois anos. Houve uma série de fatores, como a retirada gradual de incentivos para alguns setores... piora nas condições de crédito e um aumento na taxa de juros", afirmou o técnico do IBGE, Nilo Lopes, para quem o resultado de novembro pode ter sido ocasionado pela antecipação das compras de Natal.

Em outubro, as vendas haviam avançado 1,3 por cento sobre setembro e, na comparação com igual mês de 2013, 2,2 por cento.

"O rendimento médio das pessoas ocupadas também diminuiu o ritmo de crescimento", disse Lopes, acrescentando que a expectativa sobre mudança na política econômica "pode frear um pouco o consumo".

LIVROS X SUPERMERCADOS

De acordo com o IBGE, cinco das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram alta mensal, sendo os destaques Livros, jornais, revistas e papelaria (+9,6 por cento) e Móveis e eletrodomésticos (+5,4 por cento).

Por outro lado, a atividade Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo --importante termômetro do consumo das famílias-- teve queda de 0,8 por cento, depois de ter subido 1,9 por cento em outubro.

Já na comparação com novembro de 2013, o IBGE destacou a alta de 9,3 por cento nas vendas do grupo Outros artigos de uso pessoal e doméstico, creditando o resultado às antecipações das compras de Natal.

O IBGE informou ainda que o volume de vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, subiu 1,2 por cento em novembro sobre o mês anterior, impulsionado pelo avanço de 5,5 por cento em Veículos e motos, partes e peças.

Para a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thais Marzola Zara, o resultado do varejo em novembro foi pontual e não deve se repetir em dezembro.

"Grande parte foi resultante das promoções, de uma certa antecipação do consumo. A tendência do varejo é continuar nessa desaceleração", disse ela, projetando alta das vendas varejistas em 2014 entre 2,0 e 2,5 por cento e de 1,0 por cento em 2015. Em 2013 o avanço foi de 4,3 por cento.

CENÁRIO FRACO

A perda de força das vendas varejistas em novembro soma-se ao recuo inesperado da produção industrial naquele mês, mais um indicador de fraqueza sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre após o país ter saído por muito pouco da recessão técnica no terceiro trimestre.

"É um ritmo do varejo fraco, que mostra uma nova realidade em relação a anos anteriores e que deve ser ainda mais complicada em 2015", destacou o analista da Tendências Consultoria João Morais.

A projeção dele é de crescimento de 0,1 por cento do Produto Interno Bruto no quarto trimestre sobre os três meses anteriores, com a economia fechando 2014 com estagnação.

© Reuters. Cliente em supermercado de São Paulo

A expectativa de economistas na pesquisa Focus do Banco Central é de expansão do PIB em 2014 de apenas 0,11 por cento, com crescimento neste ano de 0,4 por cento.

(Reportagem adicional de Pedro Fonseca no Rio de Janeiro)

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