Ação da B3 escolhida por IA avança quase 12% hoje e +36% em novembro
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao recuar em setembro, após avanço modesto no mês anterior, conforme a atividade econômica dá sinais de desaceleração gradual em meio a uma política monetária restritiva.
As vendas caíram 0,3% em setembro sobre agosto em dado com ajuste sazonal e avançaram 0,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,3% na comparação mensal e de avanço de 2,0% sobre um ano antes.
Seis dos oito setores do varejo pesquisados tiveram queda frente a agosto, liderados por livros, revistas e papelaria (-1,6%) e tecidos, vestuário e calçados (-1,2%). As taxas positivas ficaram por conta de outros artigos de uso pessoal e doméstico (+0,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (+1,3%).
O varejo teve resultados negativos em 15 das 27 unidades da federação no mês.
Em agosto, o varejo cresceu 0,1%, segundo dado revisado (de +0,2% informado originalmente), interrompendo série de quatro resultados negativos. No terceiro trimestre, o setor acumulou queda de 0,4% sobre os três meses anteriores. Foi o primeiro recuo trimestral desde o segundo trimestre de 2023 (-0,1%).
O comércio tem oscilado em margens estreitas este ano, conforme o setor equilibra de um lado uma taxa básica de juros elevada -- a Selic está atualmente em 15% ao ano -- e de outro um mercado de trabalho aquecido, com renda em alta.
"O crédito mais caro impacta o consumo e o poder de compra, e consequentemente as vendas no varejo", disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE. "A situação não foi de uma perda maior por conta de uma baixa da inflação e de avanços no mercado de trabalho aquecido."
No chamado comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas cresceu 0,2% em setembro sobre o mês anterior, com alta de 1,1% ante setembro de 2024.
"Apesar da alta em setembro, os dados divulgados ao longo dos últimos meses mostram que o varejo ampliado perdeu força em 2025", disse o C6 Bank em nota, destacando que os números mais fracos vêm principalmente de segmentos sensíveis ao crédito. "Diante desse cenário, nossa projeção é de que as vendas no varejo ampliado fechem o ano próximas à estabilidade, sem grandes variações em relação a 2024."
