RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas no varejo do Brasil surpreenderam e recuaram 0,7 por cento por cento em junho sobre maio, pior resultado em dois anos, com fraqueza generalizada entre as atividades e destacando a perda de fôlego da economia brasileira.
Para piorar ainda mais o cenário, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou para baixo nesta quinta-feira o resultado de maio, para uma alta de 0,3 por cento contra 0,5 por cento divulgado anteriormente.
A queda de junho foi o terceiro resultado mensal negativo no ano e o pior desde maio de 2012.
Na comparação com junho de 2013, as vendas varejistas subiram 0,8 por cento, forte desaceleração ante a alta de 4,7 por cento em maio na mesma base, também revisado de 4,8 por cento.
Os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam alta de 0,40 por cento em junho sobre maio e de 3,50 por cento na base anual.
De acordo com o IBGE, sete das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram queda na comparação mensal em volume de venda, com destaque para Livros, jornais, revistas e papelaria, com perda de 5,3 por cento.
A única alta nas vendas foi registrada por Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, de 0,6 por cento.
Boa parte do resultado de supermercados deve ter ocorrido por conta da Copa do Mundo, mesmo que o desempenho do setor tenha ficado abaixo do esperado antes do torneio, disseram economistas na pesquisa da Reuters. As vendas reais cresceram 1,3 por cento em junho sobre o mesmo período do ano anterior, segundo a associação nacional do setor (Abras).
Já o volume de vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, registrou queda 3,6 por cento na base mensal.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Felipe Pontes; Texto de Camila Moreira)