México, 20 mai (EFE).- O estado americano do Arizona perdeu pelo menos 100 mil hispânicos de sua população após a aprovação em 2010 da lei SB 1070, embora as disposições mais polêmicas dessa norma anti-imigrantista tenham sido suprimidas, informou nesta sexta-feira o banco BBVA em relatório.
"É possível observar um menor número de hispânicos no estado do Arizona", indicou a instituição financeira, cujo serviço de estudos econômicos realiza análises periódicas sobre os fluxos migratórios.
"Apesar de estarmos tomando como referência uma pesquisa e, como tal, podem existir erros de estimativa, calculamos em cerca de 100 mil o número de hispânicos a menos em relação aos que havia no início de 2010", indica o documento.
A maioria desses hispânicos que abandonaram o estado é de "origem mexicana". Para o BBVA, a "potencial aplicação da Lei" representa a possível causa de grande parte desse êxodo, muito mais do que crise econômica mundial.
A julgamento do banco, se a crise econômica fosse a causadora da redução da população de imigrantes no Arizona, "a diminuição observada teria começado antes dessa data" (a da aprovação da SB 1070).
A entidade assinalou que, por enquanto, "não é possível saber para onde se dirigiram os hispânicos que deixaram o Arizona", mas indicou que possivelmente alguns tenham se transferido a outros estados americanos e outros - em minoria - tenham "retornado a seus países de origem".
Em 23 de abril de 2010, a promulgação da lei do Arizona pela governadora Jan Brewer abriu uma polêmica que motivou a intervenção do Governo federal, que eliminou algumas das disposições mais polêmicas da lei e causou uma onda de propostas similares nos Parlamentos de outros estados.
Três meses depois, em 28 de julho de 2010, um dia antes da entrada em vigor, uma juíza federal determinou a suspensão das cláusulas mais polêmicas do projeto de Lei. Por exemplo, eliminou-se a autorização para que oficiais pudessem prender uma pessoa para determinar seu status migratório.
No Arizona, estado fronteiriço com o México, viviam em 2009 cerca de 6,5 milhões de pessoas, das quais 2 milhões eram de origem hispânica (1,8 milhão delas de origem mexicana). EFE