Por Jeff Mason e John Whitesides
BALTIMORE (Reuters) - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, retratou a reeleição do presidente Donald Trump como crucial para preservar a segurança e a viabilidade econômica dos EUA na quarta-feira e, ao mesmo tempo, alertou que o democrata Joe Biden colocaria o país no rumo do socialismo e do declínio.
Em meio a protestos crescentes contra o incidente em que Jacob Blake, um homem negro do Wisconsin, foi baleado pela polícia, Pence e outros republicanos participando da convenção nacional do partido descreveram a disputa de 3 de novembro entre Trump e Biden como uma escolha entre "lei e ordem" e desordem.
"A verdade dura é que vocês não estarão seguros na América de Joe Biden", disse Pence à plateia sentada em um gramado no histórico Forte McHenry de Baltimore.
Acompanhado pela primeira-dama, Melania, Trump se juntou a Pence no palco após o discurso enquanto a plateia bradava "mais quatro anos".
A polícia de Kenosha, no Wisconsin, baleou Blake, de 29 anos, diversas vezes nas costas a curta distância no domingo, reatiçando protestos contra o racismo e a brutalidade policial que ocorrerem em todo o país mais cedo neste ano.
Na terça-feira, durante uma terceira noite de tumultos, três pessoas foram baleadas, duas fatalmente. O vice-governador do Estado disse que o adolescente branco preso sob acusações de homicídio aparentemente é membro de uma milícia que tentava matar manifestantes inocentes.
Antes do discurso de Pence, Trump disse que combinou com o governador do Estado o envio de forças federais de cumprimento da lei a Kenosha.
"Permitam-me ser claro: a violência precisa parar --seja em Mineápolis, Portland ou Kenosha", disse Pence, que não mencionou Blake. "Teremos lei e ordem nas ruas deste país para todo americano de toda raça, credo e cor."
Mais cedo, Biden disse ter conversado com a família de Blake na quarta-feira e, como esta, também pediu o fim da violência. Mas à diferença de Trump, que ainda não comentou publicamente os disparos da polícia, Biden pediu justiça e defendeu o direito de protestar.
Trump intensificou sua campanha de "lei e ordem" desde que as pesquisas passaram a revelar que os eleitores o avaliam mal pela maneira como lida com a pandemia de coronavírus, que já matou mais de 179 mil norte-americanos.
Durante a convenção desta semana, oradores republicanos tentaram reforçar o apoio declinante de mulheres, eleitores negros e imigrantes a Trump --grupos que pesquisas de opinião mostram terem sido alienados pelo estilo polarizador do presidente.
(Reportagem adicional de Simon Lewis, Doina Chiacu e Trevor Hunnicutt)