Investing.com – Com queda recente nos preços das commodities favorecendo a desinflação global, a XP (BVMF:XPBR31) cortou as projeções para o indicador de preços ao consumidor no Brasil neste ano e espera que que os juros cheguem ao nível neutro antes do esperado, conforme apontado em seu relatório macro mensal.
A XP cortou a estimativa de 4,1% para 3,7% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano. “Desde meados de outubro, os preços das commodities industriais cederam cerca de 4% (em dólar), enquanto as commodities agrícolas acumulam queda de 15%, sobretudo pelo declínio nos preços do açúcar. Parte dessa queda deve ser repassada aos consumidores, contribuindo para reduzir a inflação no primeiro semestre de 2024”, destaca a XP.
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Além disso, os fatores domésticos também ajudam na desinflação, incluindo a “condução sólida e resiliente da política monetária por parte do Banco Central do Brasil progressos nas medidas de receitas tributárias nas últimas semanas”, completa a XP. Assim, a expectativa é de que a Selic atinja 9% ainda neste ano, ante estimativa anterior de 10%.
Segundo a XP, a situação das contas públicas é o principal risco para as perspectivas da política monetária. “Estimamos o déficit primário do setor público em 2,3% do PIB em 2023. A aprovação das medidas para elevar receitas deve reduzir o déficit para 0,6% do PIB em 2024, patamar ainda distante da meta zero estabelecida nas diretrizes do orçamento”, conclui.
Ainda, a XP espera apreciação da taxa de câmbio para R$4,70 por dólar no final de 2024, diante de um forte superávit comercial e tendência de diminuição na taxa de juros americana, mas demonstra preocupação com o baixo dinamismo da atividade econômica. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) segue em 1,5%.