SÃO PAULO (Reuters) - A XP (NASDAQ:XP) passou a projetar inflação ao consumidor de dois dígitos ao final deste ano, após dados de outubro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) surpreenderem para cima.
Agora, a expectativa da XP é de que o IPCA avance 10,1% em 2021, contra projeção anterior de 9,5%. Para o ano que vem, foi mantida a estimativa de 5,2%.
Segundo a corretora, a revisão para cima veio como resposta à leitura de alta de 1,25% do IPCA em outubro, maior variação para o mês desde 2002 (1,31%). Em 12 meses, a alta foi de 10,67%, resultado mais forte desde janeiro de 2016 (+10,71%).
O resultado veio acima da expectativa de economistas consultados pela Reuters, que esperavam avanço de 1,05% na base mensal e de 10,45% em 12 meses.
"A surpresa do mês acima do projetado confirma leitura desafiadora da inflação, pressionada tanto pelos repasses em curso dos elevados custos de produção quanto pelo efeito da aceleração dos preços dos serviços", escreveu Tatiana Nogueira, economista da XP, em relatório.
Ela alertou também para pressões inerciais para o ano que vem, em meio a sinais de persistência inflacionária tanto no Brasil como em grandes economias -- entre elas China, países da Europa e os Estados Unidos.
"Por outro lado, boa parte dessas pressões estão mapeadas em nossa projeção", o que justificaria a manutenção, por ora, da projeção para o IPCA de 2022.
Outras grandes instituições financeiras também já revisaram suas estimativas para a alta dos preços no Brasil após a leitura de outubro do IPCA.
(Por Luana Maria Benedito)