FRANKFURT (Reuters) - A zona do euro perdeu algum ímpeto de crescimento e os obstáculos estão se tornando cada vez mais perceptíveis, mas a recente queda nos preços do petróleo é positiva para o crescimento, disse o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Peter Praet, nesta segunda-feira.
O BCE está lentamente reduzindo o estímulo e planeja encerrar o programa de compra de 2,6 trilhões de euros em títulos no mês que vem, levantando alguma preocupação de que a autoridade monetária esteja reduzindo o apoio no momento em que a economia real está enfraquecendo.
Praet reconheceu a desaceleração, mas argumentou que a economia ainda está se expandindo, as pressões inflacionárias estão aumentando e a queda do preço do petróleo ajudará o crescimento e muitos dos riscos de crescimento estão fora do controle do BCE, porque estão relacionados à política global.
"Fatores relacionados ao protecionismo, volatilidade do mercado financeiro e vulnerabilidades nos mercados emergentes estão criando obstáculos que estão se tornando cada vez mais perceptíveis", disse Praet em uma conferência.
"As pesquisas sobre a atividade empresarial e os indicadores de confiança da área do euro desaceleraram sensivelmente em relação a suas máximas anteriores, embora permaneçam em território expansionista e continuem acima das médias de longo prazo para a maioria dos setores e países", acrescentou.
Os contratos futuros do petróleo tipo Brent caíram para 60 dólares o barril, de quase 87 dólares o barril no início de outubro, representando um peso para a inflação mas um impulso para o crescimento, já que a zona do euro é um grande importador de energia.
Ele também argumentou que o BCE não está removendo o apoio ao encerrar as compras de títulos, mas simplesmente "alternando" instrumentos, passando de ferramentas não tradicionais para ferramentas mais tradicionais.