SÃO PAULO (Reuters) - O comércio varejista da região metropolitana de São Paulo começou 2017 com estoques acima do adequado, com empresários sem conseguir reduzir excessos de produtos nas vendas de final de ano.
O indicador de adequação dos estoques caiu para 90,8 pontos em janeiro ante 106,1 pontos em dezembro, divulgou a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Um ano antes, o índice estava em 90,8 pontos.
O Índice de Estoques (IE) capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
Para a FecomercioSP, o resultado é efeito do exagero de otimismo do final de ano e sinaliza que o país está pavimentando o caminho para a recuperação em 2017. Entre os sinais estão indicadores como confiança de empresários e consumidores e propensão a investir e a contratar.
"A entidade pondera que essa decepção é efeito do exagero de otimismo do final de ano, mais do que efetivamente um processo de interrupção definitiva da recuperação", afirmou a FecomercioSP em comunicado.
Segundo a entidade, a queda do IE é resultado do aumento da proporção de empresários com estoques acima do adequado, que passou de 33,2 por cento em dezembro para 34,9 por cento em janeiro. Na base anual, porém, caiu 7,1 pontos percentuais.
A parcela de comerciantes com estoques abaixo do adequado subiu para 13,8 por cento ante 13,6 por cento em dezembro, mas ainda baixo do registrado um ano antes, quando ficou em 16,9 por cento.
A fatia de empresários que consideram seus estoques adequados caiu para 50,8 por cento em janeiro ante 52,9 por cento em dezembro. Um ano antes, essa proporção era de 45,3 por cento.
(Por Paula Arend Laier)