GENEBRA (Reuters) - Um acordo global para impulsionar o comércio mundial reduzindo a burocracia e agilizando os controles nas fronteiras entrou em vigor nesta quarta-feira, prometendo aumentar o crescimento da economia mundial em 0,5 por cento até 2030, enquanto o mundo enfrenta um protecionismo renovado dos Estados Unidos.
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, saudou o início do pacto, que ele disse ser a "maior reforma do comércio global neste século".
Ele também tentou minimizar as questões comerciais potencialmente difíceis com o presidente dos EUA, Donald Trump, que exalta a política de "América Primeiro" e tem reclamado do que chamou de "comércio injusto", sugerindo que poderia adotar várias tarifas.
Os Estados Unidos integram o novo acordo da OMC, tendo decidido participar na administração anterior, de Barack Obama.
A OMC, um fórum internacional para resolver disputas comerciais e negociar regras comerciais, acredita que o novo acordo vai reduzir os custos comerciais em 14,3 por cento em média, sobretudo nos países mais pobres, acrescentando 2,7 por cento às exportações globais até 2030.
A OMC encomendou vários estudos para estimar o tamanho do potencial impulso às exportações. Um levantamento apontou 3,6 trilhões de dólares, mas a OMC trabalha com um número mais conservador, de 1 trilhão de dólares, cifra que Azevêdo disse estar bastante confortável.
Os governos signatários comprometem-se a harmonizar os processos nas fronteiras, acelerar as medidas de liberação das mercadorias nas alfândegas, publicar informações processuais online, aceitar documentos digitais sempre que possível e limitar as taxas cobradas aos negociadores.
O acordo firmado em 2013 foi visto como um momento de ruptura para a OMC porque encerrou mais de uma década de impasse na moribunda "rodada Doha".