Por Noah Barkin e Leigh Thomas
BERLIM/PARIS (Reuters) - Depois de uma década de crescimento lento, desemprego em alta e diminuição da competitividade, a França elegeu um presidente neste domingo que diz ter um plano para tirar o país de seu torpor econômico.
Emmanuel Macron, um ex-banqueiro de investimento que desistiu do governo de François Hollande por frustração com o ritmo lento das reformas, promete reformar o mercado de trabalho e simplificar os sistemas tributários e previdenciários, além de rever regulamentações que segundo ele dificultam a inovação.
Mas à medida que ele se prepara para entrar no Palácio de Elysee após derrotar a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, o ex-ministro da economia de 39 anos de idade enfrenta grandes obstáculos.
Ele vai tentar implementar sua agenda de reformas em um momento em que a França está mais dividida do que nunca sobre como responder às forças disruptivas da globalização.
A campanha eleitoral mostrou que quase metade do país preferiria uma abordagem dirigista da economia, em que o papel do Estado francês fosse expandido, e não encolhido, como propõe Macron.
Para ter uma chance de implementar seus planos, ele terá que garantir apoio parlamentar, o que vai depender de como seu partido novo, En Marche! (Adiante!) vai se sair nas eleições legislativas no próximo mês.
E mesmo que obtenha a maioria de que precisa, é provável que muitas de suas reformas levem meses, ou até mesmo anos, para produzir resultados.
Atrasos poderiam expor Macron e seu governo à mesma oposição que há alguns anos retirou do governo alemão o chanceler Gerhard Schroeder, responsável pelas reformas da "Agenda 2010" da Alemanha.
"Macron está prometendo uma abordagem incremental cujo sucesso dependerá das negociações com os sindicatos", disse Gilles Moec, economista-chefe do Bank of America Merrill Lynch. "Eu entendo a estratégia, mas ela não é algo que dará resultados imediatos. Vai exigir tempo."