Investing.com - A produção industrial de janeiro frustrou o mercado ao recuar 2,4% em janeiro, uma vez que analistas esperavam queda de 2,1% para o indicador do IBGE. Apesar disso, o Itaú (SA:ITUB4) entende que os dados precisam ser analisados com cautela e por outra perspectiva. A estimativa do maior banco privado do país era de queda de 2,6%.
O resultado também foi melhor que os previstos pela Parallaxis Economics, que estimava retração de 3,7% para o período com base nos modelos adotados pelos analistas da consultoria. Os dados de janeiro foram significativamente impactados pelo decréscimo das produções industriais de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias; Produtos de Borracha e Material Plástico; e Metalurgia.
Na visão do banco, a recente recessão da economia modificou a composição da indústria e reduziu o peso de alguns setores cíclicos. Com isso, o filtro estatístico que corrige os fatores sazonais pode ter sido o fator responsável ajustar o nível de produção para mais baixo do que seria normalmente.
Por conta disso, o Itaú entende que a melhor forma de avaliar os números é utilizando a média móvel de três meses. Nesta leitura, quatro categorias do setor apresentam crescimento, como bens de consumo duráveis (0,7%), bens intermediários (0,4%), bens de consumo semiduráveis e não duráveis (0,4%) e bens de capital (0,2%).
O banco também indicou outro sinal importante dentro da indústria extrativa, setor que não é afetado pela distorção da sazonalidade. O segmento teve alta de 2,2% em janeiro, compensado a queda de 1,6% de dezembro. Enquanto isso, a indústria de transformação, essa sim afetada pela sazonalidade, teve queda de 2,8%, mas com média móvel de três meses em alta.
Para fevereiro, o Itaú avalia que os indicadores coincidentes sinalizam uma alta dessazonalizada de 0,7% para o segundo mês do ano, com avanço de 4,9% na comparação anual.