Arena do Pavini - O fundo Verde, um dos maiores multimercados do país, com mais de R$ 10 bilhões em investimentos distribuídos em várias carteiras da Verde Asset, fechou dezembro com ganho de 0,62%, acima do CDI de 0,45%. No ano, porém, o fundo gerido por Luís Stulhberger acumulou retorno de 5,25%, bem abaixo dos 9,95% do CDI.
O gestor não comenta no relatório de dezembro os motivos do retorno abaixo dos juros básicos no ano. Mas é possível ver que as perdas com moedas, de 5,34% no ano, fizeram o Verde ficar para trás em relação a outros multimercados.
No relatório, Stuhlberger destaca que os últimos dias de 2017 e os primeiros do novo ano trouxeram renovada dose de otimismo aos mercados, tanto no Brasil quanto no mundo. A aprovação do corte de impostos nos Estados Unidos, diz o gestor, representa um estímulo razoável para a lucratividade das empresas americanas, e num contexto de crescimento global saudável, isso continua a impulsionar as bolsas.
Volatilidade no segundo trimestre
E o Brasil se beneficia desse ambiente, seja por uma dinâmica construtiva de fluxos, seja por tirar o foco do risco político-eleitoral. “Da mesma maneira que vimos em outubro, o mercado local parece concluir que não temos riscos relevantes vindo das eleições”, diz o relatório. “Como dissemos outras vezes, acreditamos que teremos mais volatilidade do que parece precificado, mas esta deve vir a partir do segundo trimestre do ano.”
Segundo o gestor, a classe de ativo que parece embutir hoje maior prêmio de risco em relação a eleição é a curva de juros prefixados. “Dada uma Selic abaixo de 7%, vemos um prêmio significativo ao se aplicar juros na casa de 10% a 11% na curva de 2020 em diante”, avalia. “Por essa razão, preferimos as alocações em juros, tanto nominal quanto real, onde se concentra a maior posição do fundo, acrescenta. Além disso o Verde segue comprado em ações brasileiras em torno de 8,5%, além de manter uma pequena posição tática vendida em dólar contra real.
Por Arena do Pavini