BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina aplicará um novo imposto sobre as exportações para reduzir seu déficit fiscal, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, em meio a uma crise cambial que minou a confiança na economia do país.
Mais cedo, o presidente Mauricio Macri assegurou que será reduzido pela metade o número de ministérios de seu gabinete, buscando reduzir o gasto público.
"No ano de 2019... vamos convergir ao equilíbrio fiscal antes do pagamento de juros, isso implica em economizar 6 bilhões de dólares mais, que não necessitamos financiar nos mercados", disse o ministro.
Segundo Dujovne, o novo imposto taxará temporariamente, até o fim de 2020, os embarques de produtos primários em 4 pesos por dólar e do resto das exportações em 3 pesos por dólar.
Com o dólar atualmente em 38 pesos, o imposto é quase de 10 por cento do valor exportado, que no caso dos grãos de soja e seus derivados --dos quais a Argentina é um dos maiores exportadores mundiais-- soma-se aos 18 por cento já cobrados.
A Argentina busca superávit primário de 1 por cento em 2020, segundo Dujovne, que à noite viajará aos Estados Unidos para fechar novo acordo de financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
(Reportagem de Nicolás Misculin)