Por Jeff Mason e Michael Martina
WASHINGTON/PEQUIM (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou o alerta de receita da Apple (O:AAPL), que citou uma desaceleração das vendas na China, e disse que o fraco crescimento econômico chinês coloca os EUA em uma boa posição nas negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, antes de uma nova rodada de reuniões na próxima semana.
Trump impôs tarifas de importação sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses, enquanto busca concessões de Pequim em questões que vão desde subsídios industriais a hackers, provocando retaliação da China. As medidas atrapalharam o comércio, prejudicaram a produção, agitaram os mercados internacionais e desaceleraram a economia global.
Autoridades dos EUA viajarão a Pequim na próxima semana para as primeiras conversas face a face desde que Trump e o presidente da China, Xi Jinping, concordaram em dezembro com uma trégua de 90 dias na guerra comercial, enquanto tentam fechar um acordo.
"Acho que vamos fazer um acordo com a China", disse Trump a repórteres na Casa Branca depois de uma reunião com parlamentares democratas e republicanos sobre a paralisação do governo dos EUA. "Eu realmente acho que eles querem. Eu acho que eles meio que precisam."
Na sexta-feira, Pequim cortou as exigências de reservas bancárias pela quinta vez este ano, em meio à desaceleração do crescimento econômico e aos impactos das tarifas norte-americanas sobre as exportações.
"A China não está indo bem agora. E isso nos coloca em uma posição muito forte. Estamos indo muito bem", disse Trump. "Espero que façamos um acordo com a China. E se não fizermos isso, eles nos pagarão dezenas de bilhões de dólares em tarifas -- e não é a pior coisa do mundo".
O presidente minimizou os efeitos dos problemas econômicos chineses sobre a gigante de tecnologia norte-americana Apple, que nesta semana culpou a desaceleração das vendas do iPhone na China por uma rara redução em sua previsão trimestral de vendas.
Quando perguntado se estava preocupado com o corte de receita da Apple e queda nos preços das ações da empresa, Trump disse: "Não, eu não estou. Quero dizer, olhe, eles subiram muito."