Por Amanda Becker e Valerie Volcovici
WASHINGTON (Reuters) - Autoridades do governo norte-americano disseram no domingo que as tarifas propostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações mexicanas não irão interferir na finalização de um pacto comercial da América do Norte e foram projetadas para pressionar o México em conversas sobre imigração.
Mick Mulvaney, chefe de gabinete interino da Casa Branca, disse no "Fox News Sunday" que as tarifas "não estão relacionadas" com o acordo comercial entre EUA México e Canadá, conhecido como USMCA e que aguarda a aprovação do Congresso dos EUA. Ele espera que uma tarifa de 5% sobre todos os produtos mexicanos entre em vigor em 10 de junho porque "o presidente está seriamente decidido a resolver a situação na fronteira sul".
O secretário interino do Departamento de Segurança Interna, Kevin McAleenan, disse que as tarifas não vão piorar a situação econômica do México e atrair mais imigrantes na fronteira, mas incentivarão o México a reduzir o fluxo de imigrantes que cruzam a fronteira em direção aos Estados Unidos.
"Precisamos que o México faça mais. E essas travessias para o México estão acontecendo em um trecho de 150 milhas da fronteira sul", disse McAleenan no programa "State of the Union" da CNN. "Esta é uma área controlável. Precisamos que eles coloquem suas autoridades lá e interditem essas pessoas antes que elas façam essa rota até os EUA."
McAleenan disse que quer que o México reforce o seu próprio controle de imigração ao longo da fronteira sul do país, para reprimir as redes que estão transportando os imigrantes em todo o México e permitir que mais imigrantes esperem no México enquanto solicitam asilo nos Estados Unidos.
A ministra da Economia do México, Graciela Marquez, disse no domingo que se encontrará com o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, em Washington, na segunda-feira, dois dias antes de os países vizinhos discutirem a possibilidade de tarifas sobre produtos mexicanos.[nL2N23906K]