Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, afirmou nesta sexta-feira que, se for eleito, encontrará um caminho para a substituição do fator previdenciário
"Vamos encontrar um caminho que permita a superação, a substituição do fator previdenciário, mesmo que seja ao longo dos próximos anos, para uma forma que não penalize de forma tão grave como vem penalizando hoje os aposentados brasileiros", disse o tucano em discurso a mulheres sindicalistas, em São Paulo.
A extinção do fator previdenciário, implantado durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para evitar aposentadorias precoces e desafogar as contas da Previdência Social, é uma antiga reivindicação dos movimentos sindicais.
Aécio também disse que, na reunião, reiterou o compromisso de reajustar a tabela do Imposto de Renda com base na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e prometeu "recuperar a defasagem" da tabela nos próximos anos.
Ele também voltou a assegurar que, se eleito, manterá a política atual de valorização no salário mínimo, calculada com base na inflação e no crescimento da economia.
"Só que como no nosso governo o país vai voltar a crescer, o reajuste vai ser muito maior", disse o tucano, aproveitando para alfinetar a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, pelo baixo crescimento da economia.
Sobre a busca do fim do fator previdenciário, Aécio disse a jornalistas após seu discurso que se trata de um "compromisso pessoal" assumido por ele.
"Minha equipe econômica vai estar mergulhada nisso", assegurou o tucano, afirmando que encontrará uma "alternativa responsável" para o fim do mecanismo sem dar detalhes.
O tucano prometeu manter um "diálogo permanente" com o movimento sindical e, ao falar para as mulheres, disse que vai cumprir a promessa feita e não concretizada por Dilma na eleição de 2010 de construir 6 mil creches.
Aécio voltou a dizer que é a melhor alternativa de mudança, numa referência à candidata do PSB, Marina Silva, e comemorou o resultado da pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta e que sinalizou crescimento de suas intenções de voto.
"A pesquisa, na verdade, aponta na direção daquilo que já estamos percebendo em todo o Brasil. A nossa candidatura cresce em praticamente todas as regiões e nós já temos a partir de avaliações internas que fazemos sinais maiores do que o que as pesquisas demonstram", disse.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta madrugada mostrou Dilma passando de 36 a 37 por cento das intenções de voto para o primeiro turno, Marina recuando de 33 a 30 por cento e Aécio indo de 15 para 17 por cento. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
Nas simulações de segundo turno, Marina e Dilma estão em empate técnico, com vantagem numérica para a candidata do PSB: 46 a 44 por cento. Já no confronto entre a presidente e o tucano, a petista vence por 49 a 39 por cento. [nL1N0RK0HG]
(Por Eduardo Simões)