PARIS (Reuters) - A economia da França deve crescer ligeiramente menos que o esperado anteriormente neste e no próximo ano, disse o banco central nesta quinta-feira, alertando que quanto mais durarem os protestos que se alastraram pelo país maior será seu peso sobre atividade econômica.
Em uma atualização trimestral de suas previsões econômicas, o Banco da França projetou que a economia iria crescer 1,5 por cento em 2018 e em 2019, abaixo do 1,6 por cento para ambos os anos previstos anteriormente.
As previsões não levam em conta os 10 bilhões de euros em cortes de impostos antecipados para o ano que vem e as despesas extras anunciadas nesta semana pelo presidente Emmanuel Macron em uma concessão para os manifestantes.
O presidente do banco central, François Villeroy de Galhau, disse que embora os protestos estejam pesando sobre a atividade de fim de ano, poderia se esperar uma recuperação no início do próximo ano.
Macron anunciou as concessões nesta semana para conter a revolta popular que teve início para protestar contra um aumento de impostos sobre combustíveis, cancelados desde então, mas se ampliaram e passaram a atacar também o alto custo de vida.
O movimento dos coletes amarelos, intitulados pela vestimenta de alta visibilidade que os motoristas franceses devem manter em seus automóveis, levou aos protestos urbanos de maior violência em décadas.
O banco central já havia previsto que os protestos iriam reduzir o crescimento do trimestre para 0,2 por cento, ante 0,4 por cento na estimativa anterior.
"No geral, quanto mais dura o movimento, maior é a perda para a economia francesa", disse Villeroy ao jornal francês de negócios Les Echos.
(Por Leigh Thomas)