Por Patrícia Duarte
SÃO PAULO (Reuters) - Em meio ao cenário de atividade econômica fraca, o Banco Central anunciou nesta quarta-feira novas medidas para estimular o mercado de crédito e que têm potencial para injetar 25 bilhões de reais na economia.
Em comunicado, o BC explicou que elevou para 60 por cento, sobre 50 por cento, a parte do recolhimento compulsório a prazo que pode ser cumprida com operações de crédito, o que abre espaço para liberar 10 bilhões de reais.
Também decidiu restabelecer em 75 por cento o Fator de Ponderação de Risco (FPR) para todas as operações de crédito de varejo, independentemente do prazo. Neste caso, outros 15 bilhões de reais poderão entrar na economia.
"Os ajustes consideram a fase atual do ciclo de crédito no Brasil e se inserem nos processos de revisão das medidas macroprudenciais adotadas a partir de 2010 e de continuidade da convergência da regulação brasileira aos parâmetros internacionais de Basileia", informou o BC.
As ações de agora foram tomadas menos de um mês depois de ter anunciado medidas semelhantes que, na época, tinham potencial para estimular o mercado de crédito em até 45 bilhões de reais, sendo 30 bilhões de reais com mudança nos compulsórios e o restante com alterações no FPR.
Naquele momento, especialistas já acreditavam que as medidas não teriam muito impacto na oferta de empréstimos.
Nas medidas anunciadas nesta manhã, o BC explicou que 60 por cento dos valores recolhidos no compulsório a prazo podem ser usados em novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas (pessoas jurídicas e físicas).
Além disso, decidiu que, para as novas operações de financiamento de veículos, essa dedução considerará "incremento em relação a média praticada no primeiro semestre de 2014".
Sobre o requerimento mínimo de capital para risco de crédito, o BC explicou que "foram ampliados os critérios de exposição e receita máximas para classificação de operações como varejo e foram reduzidos os fatores de conversão em crédito de operações de comércio exterior e de garantias de performance".
Além disso, com o objetivo de reduzir obstáculos à internacionalização das instituições financeiras brasileiras, o tratamento de exposições a governos centrais de países estrangeiros também foi ajustado.