Frankfurt (Alemanha), 18 fev (EFE).- O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quarta-feira ampliar o fornecimento urgente de liquidez para os bancos gregos em 3,3 bilhões de euros, até 68,3 bilhões, segundo uma fonte citada pela Agência Efe, Dow Jones.
Os bancos gregos podem conseguir liquidez através do Banco da Grécia, embora seja muito mais cara que a oferecida atualmente pelo BCE em suas operações ordinárias de refinanciamento, de 0,05%.
O Conselho do BCE revisará este valor daqui a duas semanas e pode suspender o programa de fornecimento urgente de liquidez caso dois terços considerarem que os riscos são elevados demais.
A Grécia decidiu hoje esperar um dia antes de apresentar aos seus sócios na zona do euro uma solicitação para prolongar o "crédito" do resgate, enquanto a Comissão Europeia (CE) e a Alemanha insistiram em uma prorrogação de todo o programa, sob suas condições, se Atenas quiser receber o financiamento pendente.
O BCE, que entre 2010 e 2012 comprou a dívida soberana da Grécia, só pode garantir os empréstimos de fornecimento urgente de liquidez se os bancos gregos forem solventes.
As entradas do BCE na dívida pública grega forneceram em 2013 receitas de 437 milhões de euros.
O BCE publicará amanhã, quinta-feira, o balanço de 2014 que mostrará a contribuição desta pasta ao balanço.
Devido à saída de capitais, os bancos gregos precisam agora mais ainda desse fornecimento urgente de liquidez.
Nos três últimos meses houve uma saída de capital de 21 bilhões de euros das contas de bancos gregos, tanto de particulares como de empresas.
A saída de capital dos bancos gregos é de dois bilhões semanais.
O BCE deixou de aceitar desde 11 de fevereiro a dívida soberana da Grécia como garantia em suas operações de refinanciamento, depois que o novo governo de coalizão liderado por Syriza rejeitasse uma ampliação do programa de resgate e as medidas de austeridade necessárias para terem acesso ao recurso.
Assim que o Eurogrupo der o sinal verde ao novo programa, o BCE, que tem 25 bilhões da dívida grega, poderia voltar a aceitar a dívida da Grécia como garantia em suas operações de refinanciamento.