Por Noah Barkin e John O'Donnell e Balazs Koranyi
BERLIM/FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) vai ampliar suas compras de títulos para além de março e avalia enviar um sinal formal após sua reunião de política monetária na próxima quinta-feira de que o programa irá eventualmente acabar, disseram fontes com conhecimento direto das discussões.
Mesmo alguns céticos de mais estímulos no Conselho aceitaram que uma prorrogação além da atual data para o fim, de março, é inevitável dada a inflação fraca e o elevado risco político, disseram as fontes.
Eles ainda lutam com a questão de como estruturar essa prorrogação, entretanto, de acordo com várias fontes do BCE e de bancos centrais nacionais.
A maior parte do trabalho da equipe de preparação tem se focado em uma prorrogação de seis meses a um ritmo estável de 80 bilhões de euros por mês, uma opção que tem o aval de muitos já que o crescimento está fraco, a inflação sem ímpeto e o risco político de importantes eleições mantêm as chances de uma volatilidade alta no mercado, disseram três fontes.
Mas alguns têm indicado que serão a favor de uma prorrogação a volumes baixos, por exemplo nove meses a 60 bilhões de euros por mês, temendo que uma prorrogação direta possa fazer com que o programa pareça em aberto, disseram duas das fontes.
Um compromisso sob discussão seria sinalizar o eventual fim do programa, possivelmente na orientação futura do banco, indicando que as compras não podem ser prorrogadas de forma indefinida.
Outra opção é não especificar volumes mensais de compras, essencialmente tornando-as dependente de acontecimentos econômicos, disseram as fontes. Isso permitiria ao BCE comprar até 80 bilhões de euros sem exigir que gaste o volume total.
"Junto com a prorrogação, existe um senso de que é necessário enviar um sinal, também para os 'hawks', de que não teremos o QE (afrouxamento quantitativo) para sempre", disse uma das fontes. "Não estamos falando de redução. Estamos falando de um sinal."