Bitcoin recua com tensão EUA-China e puxa queda generalizada no mercado cripto
Por Balazs Koranyi
WASHINGTON (Reuters) - O Banco Central Europeu deve manter as taxas de juros estáveis a menos que ocorram novos choques, disse o chefe interino do banco central da Eslovênia, rebatendo os argumentos de que a inflação pode cair muito sem mais afrouxamento monetário.
O BCE cortou as taxas de juros em 2 pontos percentuais no ano até junho, mas vem mantendo-as estáveis desde então em meio ao debate sobre se as tarifas, o aumento fiscal da Alemanha ou um euro forte afastariam a alta dos preços de sua meta de 2%.
"Os riscos de inflação estão equilibrados em torno do cenário base", disse Primoz Dolenc à Reuters em uma entrevista.
"Se não houver novos choques econômicos, acho que manter a postura da política monetária como está seria a coisa certa a fazer daqui para frente", argumentou ele. "É uma postura que não alimenta as pressões inflacionárias nem restringe o crescimento econômico."
Os mercados não veem praticamente nenhuma chance de outro corte nos juros este ano e veem apenas uma chance em duas de uma redução até junho, um forte contraste com o Federal Reserve, que deve cortar os juros em ambas as reuniões restantes deste ano.
Dolenc também advertiu que não se deve dar muita ênfase às projeções do BCE para o futuro, incluindo a previsão inicial para 2028 que deve ser divulgada em dezembro, pois elas estão sujeitas a revisões ao longo do tempo.
"Entretanto, se essas estimativas ao longo do tempo se mostrarem robustas, isso pode ser uma justificativa para uma ação de política monetária", disse Dolenc, que está à frente do banco central durante todo o ano já que um impasse político está impedindo a nomeação de um presidente permanente.
Os defensores de um maior afrouxamento da política monetária argumentam que a inflação pode ficar abaixo da meta, uma vez que a turbulência política na França pesará sobre o crescimento, o euro forte restringe a inflação importada e as empresas chinesas, que enfrentam tarifas muito mais altas nos EUA, podem se despejar mais produtos na Europa.
Mas Dolenc rebateu cada um desses pontos, argumentando que o crescimento e a inflação estão em um bom caminho, mesmo que a incerteza esteja excepcionalmente alta.