Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - A defesa aérea dos militares sírios enfrentaria retaliação se a Síria tentar responder a ataques aéreos norte-americanos contra alvos do Estado Islâmico na Síria, disseram altos funcionários dos Estados Unidos nesta segunda-feira.
A autorização do presidente Barack Obama para uso do poder aéreo norte-americano contra as fortalezas do Estado Islâmico na Síria levantou a questão se o presidente sírio, Bashar al-Assad, responderia de alguma forma.
Altos funcionários dos EUA que falaram com jornalistas disseram que Assad não deve interferir e que os Estados Unidos têm uma boa noção de onde as defesas aéreas sírias e instalações de comando e controle estão localizadas.
Um funcionário disse que os militares de Assad apenas atuariam se houvesse ameaça sobre a capacidade dos EUA de operar na área, que colocassem as defesas aéreas da Síria na região em risco.
Os Estados Unidos reforçaram que não irão coordenar com o governo Assad de nenhuma forma, em sua luta contra o Estado Islâmico. A posição de Obama tem sido de que ele gostaria de ver Assad fora do poder, especialmente depois de usar armas químicas contra seu próprio povo, no ano passado.
Mas ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria poderiam ter o efeito indireto de beneficiar Assad, uma vez que os extremistas têm lutado contra o governo sírio, durante o que é agora uma guerra civil de três anos.
Washington quer treinar e equipar os rebeldes sírios que são considerados moderados para manter o território livre para os ataques aéreos norte-americanos.
Os militares dos EUA realizaram dezenas de ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico no Iraque, mas ainda estão para lançar ofensivas na Síria, enquanto Obama busca consolidar uma coalizão contra o Estado Islâmico.
O presidente se reunirá na terça-feira na Casa Branca com o general aposentado da Marinha, John Allen, que está encarregado de coordenar as atividades de uma coligação que deverá incluir alguns aliados ocidentais e alguns Estados árabes.
Uma autoridade sênior dos EUA disse que alguns países árabes concordaram em se juntar aos Estados Unidos no lançamento de ataques aéreos, mas declinou em identificá-los.
(Reportagem de Steve Holland)